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Vivemos tempos em que não é fácil falar de manipulação ou de estrangulamento de espírito.
Não porque existam censuras musculadas e apadrinhadas por sistemas abertamente totalitários, mas porque a própria censura é intrínseca à maioria da população em relação a si e aos que falam dessa manipulação.
A todos foi e é dito que somos maiores, livres, e que o único progresso que há a esperar é o da técnica.
Para quê persistir no amargo caminho do espírito e da verdadeira emancipação para a liberdade, se já somos livres, especialmente se ser livre significa poder comprar os produtos que achamos que nos fazem falta?
Subjacente a esta questão está outra, a de que o próprio diagnóstico da população, feito pela população, já que não se pode confiar noutras entidades, é impossível, pois não só porque a população não lhe acha necessidade, nem se achasse teria ferramentas de avaliação, tanto quanto o peixe pode avaliar sequer a existência da água em que, desde sempre, viveu.
Auscultando a população, o inquiridor deparar-se-á com uma certa uniformidade entre as posturas ontológicas dos indivíduos estudados.
O que se revela é uma maioria de materialistas exacerbados e uma minoria de ultra espiritualistas excêntricos.
A maioria no nosso país acha que por exemplo, a Filosofia para nada serve. Quando é precisamente a área de saber mais perigosa, e o melhor remédio para a epidemia de falta de espírito crítico, juntamente com a Matemática e a História.
No secundário, a Filosofia tem sido reduzida a um compêndio de técnicas argumentativas e complementarmente, numa espécie de vale tudo comparativo entre os vários filósofos. Vale tudo enquadrado por uma suposta marcha das ideias, ao invés de realçar a justificação das propostas a respostas aos grandes problemas filosóficos enquadrando-os com as solicitações do tempo presente. Mas adiante.
Vivemos tempos em que não é fácil falar de manipulação ou de estrangulamento de espírito.
Não porque existam censuras musculadas e apadrinhadas por sistemas abertamente totalitários, mas porque a própria censura é intrínseca à maioria da população em relação a si e aos que falam dessa manipulação.
A todos foi e é dito que somos maiores, livres, e que o único progresso que há a esperar é o da técnica.
Para quê persistir no amargo caminho do espírito e da verdadeira emancipação para a liberdade, se já somos livres, especialmente se ser livre significa poder comprar os produtos que achamos que nos fazem falta?
Subjacente a esta questão está outra, a de que o próprio diagnóstico da população, feito pela população, já que não se pode confiar noutras entidades, é impossível, pois não só porque a população não lhe acha necessidade, nem se achasse teria ferramentas de avaliação, tanto quanto o peixe pode avaliar sequer a existência da água em que, desde sempre, viveu.
Auscultando a população, o inquiridor deparar-se-á com uma certa uniformidade entre as posturas ontológicas dos indivíduos estudados.
O que se revela é uma maioria de materialistas exacerbados e uma minoria de ultra espiritualistas excêntricos.
A maioria no nosso país acha que por exemplo, a Filosofia para nada serve. Quando é precisamente a área de saber mais perigosa, e o melhor remédio para a epidemia de falta de espírito crítico, juntamente com a Matemática e a História.
No secundário, a Filosofia tem sido reduzida a um compêndio de técnicas argumentativas e complementarmente, numa espécie de vale tudo comparativo entre os vários filósofos. Vale tudo enquadrado por uma suposta marcha das ideias, ao invés de realçar a justificação das propostas a respostas aos grandes problemas filosóficos enquadrando-os com as solicitações do tempo presente. Mas adiante.