Pondere em cada estímulo externo complexo que o seu cérebro recebe, se o mesmo se pode encaixar nestas linhas de apresentação.
Se sim, está a ser manipulado. Se ainda continuar a achar que pode ser um mal entendido ou deficiente ou inquinada percepção da sua parte, analise quem mais lucra, o que se lucra com esses mesmos estímulos externos complexos.
Se ainda assim continuar desconfiado acerca de uma suposta teoria da conspiração, por mim virulentamente implantada na sua massa encefálica, force-se a pensar que a inexistência de prova não é prova da inexistência, e que o termo ‘teoria da conspiração’ é intencionalmente pejorativo para relativizar o pensamento paralelo, isto é fora do formatado.
Se ainda assim achar isto de desconfiar e muito estranho e qual será a minha intenção, então pura e simplesmente esqueça, não vale a pena acordar o que já está morto.
10 estratégias de manipulação / alienação da opinião pública
(a partir de Noam Chomsky)
3 grupos:
1)manipulação da percepção da mensagem
2)manipulação da percepção do receptor
3)estar sempre à frente na tecnologia manipulativa
Grupo 1
a) estratégia distractiva
b) estratégia do problema artificial
c) estratégia do doseamento gradativo
d) estratégia da projecção adiada para o futuro
Grupo 2
e) estratégia da infantibilização da audiência
f) estratégia do apelo emocional
g) estratégia da imbecilização / mediocrização da audiência
h) estratégia da complacência com a mediocridade
i) estratégia do reforço da autoculpabilização
Grupo 3
J) estratégia de surfar na crista da onda
Grupo 1
a)Estratégia distractiva – é a principal arama da alienação e desinformação social. Consiste em desviar a atenção do público dos maiores problemas e das tomadas de decisão das elites, através da técnica da saturação da percepção geral, isto é difundindo ruído generalizado saturando os canais de recepção (geralmente os olhinhos e as orelhinhas) ou no mínimo relativizando o impacto de nova informação sobre os mesmos. A percepção do público em geral e de cada indivíduo em particular, é saturada com contínuas distracções e informações insignificantes.
Posso dar o exemplo das revistas cor de rosa, que têm um público, ou de como ainda me lembro como os telejornais acabavam com algum vídeo de um concurso de comer cachorros quentes, ou pepinos picantes, geralmente nos Estados Unidos, em verdadeiras compilações que não só mostravam em fundo uma sociedade rica até ao disparate como a permeabilidade à imbecilidade. Tínhamos também os comentários serôdios do José Rodrigues dos Santos quando o telejornal acabava com um desfile de moda com modelos em escassa roupagem.
Esta técnica não só idiotiza como ajuda a criar resistências por parte do público a conhecimentos fundamentais e básicos nas áreas das ciências, da economia, Filosofia, História, etc. pois exige algum pouco esforço, inadmissível quando se passam horas a ver os apanhados ou o Isto só vídeo.
Manter a atenção do público distraída e longe dos reais problemas sociais absorvida em assuntos sem importância real, como as telenovelas entre agentes desportivos, ou os cultos aos líderes sob a forma biográfica de agentes políticos elevados a categorias de ídolos do momento, etc., etc.…
É a técnica da saturação, da avalanche de informação que ocupa constantemente a atenção do público, não lhe dando tempo para pensar, criando ao mesmo tempo a ilusão de uma dialéctica vertiginosa e constante dos acontecimentos, à maneira dos movimentos rápidos de câmara como se assistiu com mestria no ‘E.R. – serviço de urgência’, a série premiada, norte americana.
O caro leitor pode facilmente ter um gostinho deste princípio bastando ir a uma sessão de time sharing próxima de si, ou a um qualquer vendedor de esquentadores, ou aspiradores, onde uma das técnicas utilizadas é bombardear com informação, essencialmente técnica, e tentar convencer que a complexidade do mundo é inadequada à simplicidade do seu pensamento, pois um aspirador não é um objecto mas um estilo de vida.
b) Estratégia do problema artificial – consiste na criação de um evento ou problema ou situação que tem o objectivo de causar determinada reacção no público de forma a levá-lo a exigir ou tomar as medidas que se pretendem fazer aceitar. Por exemplo desmantelar serviços públicos, dando propositadamente cabo deles, o Estado português chegou a ter a Parteste, onde militava o saudoso António Guterres, e através da qual, a permanência de cada gestor nomeado para determinada empresa, era o mesmo para a saúde da mesma que cangalheiro em cama de constipado.
A exaltação dos sentimentos públicos relativos à segurança ajuda a passar medidas de controlo anti democráticas como matrículas chipadas ou câmaras de vigilância omnipresentes, por vezes em zonas onde propositadamente se deixou aumentar a criminalidade, de molde a que os cidadão exigem eles mesmos as medidas que se propagandearam previamente e que lhes vão limitar uma vez mais, a liberdade.
Apesar dos nossos brandos costumes, os decisores que dominam os assuntos e os opinion matters, mencionam a vigilância electrónica, mas sistematicamente esquecem assuntos como os arranjos urbanísticos, bem mais influentes na criminalidade que os efeitos dissuasores de câmaras.
c) Estratégia do doseamento gradativo – onde o truque para fazer aceitar uma medida inaceitável no presente, a mesma é aplicada gradativamente, a conta gotas, durante anos consecutivos, e assim é possível fazer aceitar a diminuição do papel do Estado, privatizando, precarizando, desempregando, etc… acções que se aplicadas a frio e sem vaselina, passo a expressão, provocariam revolução ou levantamentos.
Um dos exemplos case study, são as propinas universitárias, públicas.
O primeiro passo dado previa uma propina que face ao valor actual, era considerada, residual. Mas sucessivas revisões dos decretos lei, aumentou esse valor, numa escalada que não mais parará, e que é alimentada pela total desmobilização do Estado português em ensinar os seus cidadãos.
Lembro-me de ver primeiros ministros na televisão, vociferando da injustiça de o Estado pagar formações a malandros que iam ou lá para fora ganhar bom dinheirinho ficando o Estado a arder com o dinheiro investido, ou, ficavam em Portugal ganhando rios de dinheiro à conta do Ensino Público, pago por todos e assim apresentado como favorecendo uns poucos…o Zé Tuga e a Maria Lusa paparam isto como se papa figos com mel.
A lei da proibição do corte de estradas, há uns 20 anos atrás provocaria revoluções, hoje todos acham bem que a grave do carpinteiro não chateie o serralheiro que vai beber uma cervejinha ou mesmo trabalhar. Os avisos com antecedência ou as requisições de serviços mínimos tornaram hoje as greves tão eficazes a nível de impacto, como o despenhar de um mosquito na careca de um lutador de Sumo.
d) Estratégia da aplicação adiada / projectada no Futuro – é outra forma de fazer aceitar uma decisão impopular e que consiste em apresentá-la como sendo dolorosa e necessária obtendo a aceitação do público, em determinado momento para aplicação futura. O motivo para isto está na nossa estrutura psicológica que torna mais fácil aceitar um sacrifício futuro, de que um sacrifício imediato, e que após acostumação ao sacrifício que virá, quando o mesmo chega, quase que dói menos que uma picada para análise ao sangue.
Dois motivos contribuem para isto, um é o facto de o esforço não ser real, é antes projectado num futuro, e o outro é porque o ‘povo’ age naturalmente de forma ingénua, esperando sempre que os futuros serão melhores e que de alguma forma será possível inverter ou evitar o sacrifício prometido.
Isto dá tempo à opinião pública para se acostumar com a ideia e gradativamente se agarrar a ela e a aceitar como parte da família.
Os nosso políticos nos últimos 37 anos tornaram-se exímios praticantes desta estratégia, basta analisar o timming em que aparecem as promessas de melhorias, para o ano seguinte, ou para os próximos 5 anos, chegando a haver ministros que no topo de alguma crise inauguram um novo início de prosperidade, pouco antes de se descobrir outro buraco das contas logo de seguida, mas aí já o público se encontra ébrio saboreando os futuros virtuais que lhe apresentaram como possíveis.
Grupo 2
e) Estratégia da infantilização da audiência – consiste em utilizar um discurso, argumentos, personagens e entoação de vozes e discursos particularmente infantis, roçando a debilidade ou imbecilidade, como se o receptor fosse uma criança de tenra idade ou um idoso senilizado coitado, ou ainda como se o receptor fosse um deficiente mental.
Este efeito é tanto mais intenso quanto mais se pretende enganar o receptor, o que implica uma gradação da infantilidade do tom.
Na base, está o efeito do fenómeno psicológico da ‘sugestionabilidade’ pois este tratamento infantilizante, de determinada audiência faz com que a mesma reaja desprovida do sentido crítico que deve ser próprio dos adultos, e sim, de acordo com a posição em que implicitamente a forma de tratamento coloca essa mesma audiência.
Se uma boazona chegar ao pé de um transeunte e o tratar como ‘bebé coisinha fofa da mamã’ em 10 quantos dirão que não são crianças para serem tratados dessa forma, e assim perderem virtualmente acesso às delícias que o desenlace desta complexa conversa poderia levar?
Da mesma forma que o cliente quando entra numa grande superfície onde é tratado como pequeno tirano só porque tem uns trocos na carteira que pode deixar na caixa registadora, o que vicia claramente o cliente não é só a perspectiva de um bom negócio, mas o tratamento deferente e reverente por parte de outros, cuja função é por sua vez tratar o cliente nas palminhas, através da propaganda que o cliente é o garante do seu salário.
Quando campanhas publicitárias colocam o cliente a pensar que não é parvo se for ao Mediamarkt, basta ouvir as entoações bombásticas e infantis das vozes dos intervenientes, por vezes podemos ouvir breves histórias tão simples quanto idiotas. A última que ouvi era por parte da TMN em que um hipotético cliente se obtivesse determinado desconto, beijaria o seu mecânico. Esta aparente brincadeira, apela a uma infantilização idiota, sob uma capa de humor simples e ligeiro.
Há versões comerciais mais sofisticadas, que nos apresentam por exemplo pacatos e cómicos personagens cuja pacatez é garantia de inofensibilidade e visam garantir uma identificação e um estilo a adoptar ao espectador.
Bastam 5 minutos em frente a um dos 4 canais televisivos nacionais, para descobrir um dos anúncios que utilizam este dispositivo.
f) estratégia do apelo emocional – consiste em utilizar todos os meios possíveis para canalizar o aspecto emocional da natureza humana, provocando uma suspensão de análise racional e eliminando assim o sentido crítico dos indivíduos.
Este apelo permite também o acesso ao inconsciente e isso possibilita a introdução de ideias, desejos, medos, compulsões, ou indução comportamental nas pessoas, sem que estas se apercebam.
As telenovelas são exímias nisto.
O sexo então é um mundo de oportunidades, desde anúncios a colchões com uma espadaúda e atraente modelo em cima do mesmo, que permite perguntar, o que venderá o fabricante? Estas associações interessantes permitem descobrir facilmente o que vendem, quem vende, o produto, através de imagens ou ideias, ou desejos – ou a possibilidade de concretização dos mesmos – tal como o anúncio das lâminas da barba não vende um rosto imberbe, mas o sucesso do comprador com algumas cachopas.
A desconstrução destas associações não é difícil e é extremamente interessante, tal o grau de complexidade e sofisticação.
g) Estratégia de mediocrização – implica tornar o público incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para a sua manipulação e controlo, bem como descredibilizar sem remorsos quem sustente a existência desses mecanismos.
A qualidade da educação, científica e humanística, deve portanto ser a mais medíocre possível e se ainda há muita gente que se opõe, nada como precarizar os agentes de ensino e amontoar alunos numa sala de aulas de forma a fazer desistir o professor e o aluno, o primeiro por colapso nervoso, o segundo por puro desinteresse.
A ignorância tem de servir de barreira relativamente às formas como são limitados os potenciais dos indivíduos.
h) Estratégia da complacência com a mediocridade - que implica promover e manipular uma determinada linguagem, estética, ideologia, segundo a qual está na moda, é bom, deve-se ser, estúpido, vulgar e inculto.
O clássico exemplo de que o homem deve coçar os tomates, cuspir para o chão e falar de bola, tanto como a mulher ir às compras, são lugares comuns que surgem desta conjugação.
i) Estratégia do reforço da autoculpabilização – onde se trabalha fazendo crer ao indivíduo que só ele é o culpado da sua desgraça e miséria, e que ambas se devem à sua insuficiência, da sua inteligência e capacidades, dos seus esforços.
ii) Isto a dois tempos cria um ascendente para com quem tem sucesso na vida, que necessariamente passa como superior, em qualidades; bem como cria uma plataforma de aceitação que é impedimento contra a rebelião, contra o sistema económico, etc.
Consiste na autoculpabilização e autodesvalorização geradoras de angústia e estados depressivos cuja consequência é a inibição de acção.
Basta analisar todas as mensagens que nos são oferecidas.
i) Estratégia da actualização da informação e do conhecimento, que consiste num estudo que implica que a empresa, os emissores, e os construtores de mensagens, nos conheçam melhor que nós próprios nos conhecemos, a nível da nossa natureza e gatilhos, de forma a que só seja possível resistir à manipulação se conhecermos como podemos ser automaticamente manipulados.
Um dos grandes arquitectos desta velada realidade, é o argumento de que o público é adulto e facilmente desmonta os discursos manipulativos…será?
Se sim, está a ser manipulado. Se ainda continuar a achar que pode ser um mal entendido ou deficiente ou inquinada percepção da sua parte, analise quem mais lucra, o que se lucra com esses mesmos estímulos externos complexos.
Se ainda assim continuar desconfiado acerca de uma suposta teoria da conspiração, por mim virulentamente implantada na sua massa encefálica, force-se a pensar que a inexistência de prova não é prova da inexistência, e que o termo ‘teoria da conspiração’ é intencionalmente pejorativo para relativizar o pensamento paralelo, isto é fora do formatado.
Se ainda assim achar isto de desconfiar e muito estranho e qual será a minha intenção, então pura e simplesmente esqueça, não vale a pena acordar o que já está morto.
10 estratégias de manipulação / alienação da opinião pública
(a partir de Noam Chomsky)
3 grupos:
1)manipulação da percepção da mensagem
2)manipulação da percepção do receptor
3)estar sempre à frente na tecnologia manipulativa
Grupo 1
a) estratégia distractiva
b) estratégia do problema artificial
c) estratégia do doseamento gradativo
d) estratégia da projecção adiada para o futuro
Grupo 2
e) estratégia da infantibilização da audiência
f) estratégia do apelo emocional
g) estratégia da imbecilização / mediocrização da audiência
h) estratégia da complacência com a mediocridade
i) estratégia do reforço da autoculpabilização
Grupo 3
J) estratégia de surfar na crista da onda
Grupo 1
a)Estratégia distractiva – é a principal arama da alienação e desinformação social. Consiste em desviar a atenção do público dos maiores problemas e das tomadas de decisão das elites, através da técnica da saturação da percepção geral, isto é difundindo ruído generalizado saturando os canais de recepção (geralmente os olhinhos e as orelhinhas) ou no mínimo relativizando o impacto de nova informação sobre os mesmos. A percepção do público em geral e de cada indivíduo em particular, é saturada com contínuas distracções e informações insignificantes.
Posso dar o exemplo das revistas cor de rosa, que têm um público, ou de como ainda me lembro como os telejornais acabavam com algum vídeo de um concurso de comer cachorros quentes, ou pepinos picantes, geralmente nos Estados Unidos, em verdadeiras compilações que não só mostravam em fundo uma sociedade rica até ao disparate como a permeabilidade à imbecilidade. Tínhamos também os comentários serôdios do José Rodrigues dos Santos quando o telejornal acabava com um desfile de moda com modelos em escassa roupagem.
Esta técnica não só idiotiza como ajuda a criar resistências por parte do público a conhecimentos fundamentais e básicos nas áreas das ciências, da economia, Filosofia, História, etc. pois exige algum pouco esforço, inadmissível quando se passam horas a ver os apanhados ou o Isto só vídeo.
Manter a atenção do público distraída e longe dos reais problemas sociais absorvida em assuntos sem importância real, como as telenovelas entre agentes desportivos, ou os cultos aos líderes sob a forma biográfica de agentes políticos elevados a categorias de ídolos do momento, etc., etc.…
É a técnica da saturação, da avalanche de informação que ocupa constantemente a atenção do público, não lhe dando tempo para pensar, criando ao mesmo tempo a ilusão de uma dialéctica vertiginosa e constante dos acontecimentos, à maneira dos movimentos rápidos de câmara como se assistiu com mestria no ‘E.R. – serviço de urgência’, a série premiada, norte americana.
O caro leitor pode facilmente ter um gostinho deste princípio bastando ir a uma sessão de time sharing próxima de si, ou a um qualquer vendedor de esquentadores, ou aspiradores, onde uma das técnicas utilizadas é bombardear com informação, essencialmente técnica, e tentar convencer que a complexidade do mundo é inadequada à simplicidade do seu pensamento, pois um aspirador não é um objecto mas um estilo de vida.
b) Estratégia do problema artificial – consiste na criação de um evento ou problema ou situação que tem o objectivo de causar determinada reacção no público de forma a levá-lo a exigir ou tomar as medidas que se pretendem fazer aceitar. Por exemplo desmantelar serviços públicos, dando propositadamente cabo deles, o Estado português chegou a ter a Parteste, onde militava o saudoso António Guterres, e através da qual, a permanência de cada gestor nomeado para determinada empresa, era o mesmo para a saúde da mesma que cangalheiro em cama de constipado.
A exaltação dos sentimentos públicos relativos à segurança ajuda a passar medidas de controlo anti democráticas como matrículas chipadas ou câmaras de vigilância omnipresentes, por vezes em zonas onde propositadamente se deixou aumentar a criminalidade, de molde a que os cidadão exigem eles mesmos as medidas que se propagandearam previamente e que lhes vão limitar uma vez mais, a liberdade.
Apesar dos nossos brandos costumes, os decisores que dominam os assuntos e os opinion matters, mencionam a vigilância electrónica, mas sistematicamente esquecem assuntos como os arranjos urbanísticos, bem mais influentes na criminalidade que os efeitos dissuasores de câmaras.
c) Estratégia do doseamento gradativo – onde o truque para fazer aceitar uma medida inaceitável no presente, a mesma é aplicada gradativamente, a conta gotas, durante anos consecutivos, e assim é possível fazer aceitar a diminuição do papel do Estado, privatizando, precarizando, desempregando, etc… acções que se aplicadas a frio e sem vaselina, passo a expressão, provocariam revolução ou levantamentos.
Um dos exemplos case study, são as propinas universitárias, públicas.
O primeiro passo dado previa uma propina que face ao valor actual, era considerada, residual. Mas sucessivas revisões dos decretos lei, aumentou esse valor, numa escalada que não mais parará, e que é alimentada pela total desmobilização do Estado português em ensinar os seus cidadãos.
Lembro-me de ver primeiros ministros na televisão, vociferando da injustiça de o Estado pagar formações a malandros que iam ou lá para fora ganhar bom dinheirinho ficando o Estado a arder com o dinheiro investido, ou, ficavam em Portugal ganhando rios de dinheiro à conta do Ensino Público, pago por todos e assim apresentado como favorecendo uns poucos…o Zé Tuga e a Maria Lusa paparam isto como se papa figos com mel.
A lei da proibição do corte de estradas, há uns 20 anos atrás provocaria revoluções, hoje todos acham bem que a grave do carpinteiro não chateie o serralheiro que vai beber uma cervejinha ou mesmo trabalhar. Os avisos com antecedência ou as requisições de serviços mínimos tornaram hoje as greves tão eficazes a nível de impacto, como o despenhar de um mosquito na careca de um lutador de Sumo.
d) Estratégia da aplicação adiada / projectada no Futuro – é outra forma de fazer aceitar uma decisão impopular e que consiste em apresentá-la como sendo dolorosa e necessária obtendo a aceitação do público, em determinado momento para aplicação futura. O motivo para isto está na nossa estrutura psicológica que torna mais fácil aceitar um sacrifício futuro, de que um sacrifício imediato, e que após acostumação ao sacrifício que virá, quando o mesmo chega, quase que dói menos que uma picada para análise ao sangue.
Dois motivos contribuem para isto, um é o facto de o esforço não ser real, é antes projectado num futuro, e o outro é porque o ‘povo’ age naturalmente de forma ingénua, esperando sempre que os futuros serão melhores e que de alguma forma será possível inverter ou evitar o sacrifício prometido.
Isto dá tempo à opinião pública para se acostumar com a ideia e gradativamente se agarrar a ela e a aceitar como parte da família.
Os nosso políticos nos últimos 37 anos tornaram-se exímios praticantes desta estratégia, basta analisar o timming em que aparecem as promessas de melhorias, para o ano seguinte, ou para os próximos 5 anos, chegando a haver ministros que no topo de alguma crise inauguram um novo início de prosperidade, pouco antes de se descobrir outro buraco das contas logo de seguida, mas aí já o público se encontra ébrio saboreando os futuros virtuais que lhe apresentaram como possíveis.
Grupo 2
e) Estratégia da infantilização da audiência – consiste em utilizar um discurso, argumentos, personagens e entoação de vozes e discursos particularmente infantis, roçando a debilidade ou imbecilidade, como se o receptor fosse uma criança de tenra idade ou um idoso senilizado coitado, ou ainda como se o receptor fosse um deficiente mental.
Este efeito é tanto mais intenso quanto mais se pretende enganar o receptor, o que implica uma gradação da infantilidade do tom.
Na base, está o efeito do fenómeno psicológico da ‘sugestionabilidade’ pois este tratamento infantilizante, de determinada audiência faz com que a mesma reaja desprovida do sentido crítico que deve ser próprio dos adultos, e sim, de acordo com a posição em que implicitamente a forma de tratamento coloca essa mesma audiência.
Se uma boazona chegar ao pé de um transeunte e o tratar como ‘bebé coisinha fofa da mamã’ em 10 quantos dirão que não são crianças para serem tratados dessa forma, e assim perderem virtualmente acesso às delícias que o desenlace desta complexa conversa poderia levar?
Da mesma forma que o cliente quando entra numa grande superfície onde é tratado como pequeno tirano só porque tem uns trocos na carteira que pode deixar na caixa registadora, o que vicia claramente o cliente não é só a perspectiva de um bom negócio, mas o tratamento deferente e reverente por parte de outros, cuja função é por sua vez tratar o cliente nas palminhas, através da propaganda que o cliente é o garante do seu salário.
Quando campanhas publicitárias colocam o cliente a pensar que não é parvo se for ao Mediamarkt, basta ouvir as entoações bombásticas e infantis das vozes dos intervenientes, por vezes podemos ouvir breves histórias tão simples quanto idiotas. A última que ouvi era por parte da TMN em que um hipotético cliente se obtivesse determinado desconto, beijaria o seu mecânico. Esta aparente brincadeira, apela a uma infantilização idiota, sob uma capa de humor simples e ligeiro.
Há versões comerciais mais sofisticadas, que nos apresentam por exemplo pacatos e cómicos personagens cuja pacatez é garantia de inofensibilidade e visam garantir uma identificação e um estilo a adoptar ao espectador.
Bastam 5 minutos em frente a um dos 4 canais televisivos nacionais, para descobrir um dos anúncios que utilizam este dispositivo.
f) estratégia do apelo emocional – consiste em utilizar todos os meios possíveis para canalizar o aspecto emocional da natureza humana, provocando uma suspensão de análise racional e eliminando assim o sentido crítico dos indivíduos.
Este apelo permite também o acesso ao inconsciente e isso possibilita a introdução de ideias, desejos, medos, compulsões, ou indução comportamental nas pessoas, sem que estas se apercebam.
As telenovelas são exímias nisto.
O sexo então é um mundo de oportunidades, desde anúncios a colchões com uma espadaúda e atraente modelo em cima do mesmo, que permite perguntar, o que venderá o fabricante? Estas associações interessantes permitem descobrir facilmente o que vendem, quem vende, o produto, através de imagens ou ideias, ou desejos – ou a possibilidade de concretização dos mesmos – tal como o anúncio das lâminas da barba não vende um rosto imberbe, mas o sucesso do comprador com algumas cachopas.
A desconstrução destas associações não é difícil e é extremamente interessante, tal o grau de complexidade e sofisticação.
g) Estratégia de mediocrização – implica tornar o público incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para a sua manipulação e controlo, bem como descredibilizar sem remorsos quem sustente a existência desses mecanismos.
A qualidade da educação, científica e humanística, deve portanto ser a mais medíocre possível e se ainda há muita gente que se opõe, nada como precarizar os agentes de ensino e amontoar alunos numa sala de aulas de forma a fazer desistir o professor e o aluno, o primeiro por colapso nervoso, o segundo por puro desinteresse.
A ignorância tem de servir de barreira relativamente às formas como são limitados os potenciais dos indivíduos.
h) Estratégia da complacência com a mediocridade - que implica promover e manipular uma determinada linguagem, estética, ideologia, segundo a qual está na moda, é bom, deve-se ser, estúpido, vulgar e inculto.
O clássico exemplo de que o homem deve coçar os tomates, cuspir para o chão e falar de bola, tanto como a mulher ir às compras, são lugares comuns que surgem desta conjugação.
i) Estratégia do reforço da autoculpabilização – onde se trabalha fazendo crer ao indivíduo que só ele é o culpado da sua desgraça e miséria, e que ambas se devem à sua insuficiência, da sua inteligência e capacidades, dos seus esforços.
ii) Isto a dois tempos cria um ascendente para com quem tem sucesso na vida, que necessariamente passa como superior, em qualidades; bem como cria uma plataforma de aceitação que é impedimento contra a rebelião, contra o sistema económico, etc.
Consiste na autoculpabilização e autodesvalorização geradoras de angústia e estados depressivos cuja consequência é a inibição de acção.
Basta analisar todas as mensagens que nos são oferecidas.
i) Estratégia da actualização da informação e do conhecimento, que consiste num estudo que implica que a empresa, os emissores, e os construtores de mensagens, nos conheçam melhor que nós próprios nos conhecemos, a nível da nossa natureza e gatilhos, de forma a que só seja possível resistir à manipulação se conhecermos como podemos ser automaticamente manipulados.
Um dos grandes arquitectos desta velada realidade, é o argumento de que o público é adulto e facilmente desmonta os discursos manipulativos…será?