Com:
Não sendo comparáveis, quer os contextos, quer as situações que originaram esses contextos, não deixa de ser curioso comparar dois comportamentos distintos entre o primeiro ministro português e o homólogo gaulês, Sr. Valls.
Desde logo e pelo conteúdo, sobre o possível abandono de cidadãos franceses de etnia/religião judaica (por causa de vandalização de cemitérios), o Sr. Valls manifesta-se contra, enunciando a nacionalidade francesa dos visados, tanto quanto assume que é responsabilidade do Estado garantir a segurança, neste e noutros exemplos.
Independentemente de pensarmos no interesse calculista que só uma má fé pode enunciar, como perda de capital cultural, técnico e financeiro com uma possível sangria, podemos ver claramente uma identificação entre a falência da República se não cria as condições básicas para a vida dos cidadãos.
Para o nosso Pedro Passos Coelho, doravante PPC, a miséria (neste caso não expressa em violência anti religiosa mas na mais óbvia indigência material) é uma oportunidade de emigrar, ir lá para fora onde são desenvolvidos, sair do país e de uma imaginária zona de conforto que o torrão pátrio parece fornecer a cerca de 300000 emigrados forçados, que expulsos desde o eclodir da crise constituem a maior vaga de emigração portuguesa, num país conhecido como sendo de emigrantes. PPC não só não se penitencia com a sua parte de responsabilidade, como se congratula com aquilo que parece assustar Valls, a falência de um projecto político comunitário e republicano, por causa de colocar em causa um Estado, declarando-o incapaz. A capacidade do Estado coelhista limita-se à economia e às finanças.,
Para PPC e seus acólitos, como Portas, emigração ou imigração são factores de consideração se gerarem dividendos, se os emigrantes enviarem remessas de dinheiro, ou se os imigrantes pagarem a bom preço vistos dourados, na maior prostituição da pátria, que podemos apontar na política dos últimos 40 anos.
Como Portas diz, fazendo uso e abuso de lugares comuns e populismo que não merecem reacção por causa da dormência causada pela sua repetição, a esquerda não presta para gerir dinheiro. Pois decorrendo desta análise, a direita não presta para gerir pessoas. Restaria esperar que cada emigrante fosse um maço de notas concreto e não divisa potencial pois nesse caso o nosso governo de direita porventura faria tudo para captar divisa, ao invés de a exortar a sair.
Toda esta megalomania, para não dizer incompetência, ou cagança mitómana aparece comprimida no discurso da ministra das finanças portuguesa quando afagada pelo Sr. Schaube solta o alivio orgulhoso de forma verbal repetindo que não somos a Grécia, ao invés somos um exemplo.
Este alinhar com o lado dos fortes, dos vencedores, dos senhores que dão o dinheirinho, e que nos ajudaram a concretizar o milagre do bom aluno, figura de estilo com raízes cavaquistas, é enternecedora.
Um país que expulsa 300 000 dos seus habitantes e que bate recordes naqueles que renunciam à sua nacionalidade, é um exemplo de quê?
O Sr. Valls preocupa-se com a saída do capital humano, PPC com a manutenção de uma imagem de respeitabilidade que lhe garanta crédito. França preocupa-se em continuar a ser um farol de esperança republicana, um exemplo para qualquer país em esforço democrático, em Portugal o único compromisso é o dos consecutivos pactos de regime, a que PPC chama de estabilidade política. De suma importância para a privatização da IIIa Republica e para os mercados.
Para:
O Sr. PPC nem se engasga com fatias de bolo rei. Prefere strudel embora não goste que lho digam.
Seus acólitos e apoiantes, que o colocaram no poder, glorificam-lhe a acção sob a presunção de que o cargo que exerce é muito exigente e que qualquer que seja a imbecilidade que o líder profira ou sustente, ela reflecte ou uma profunda e fatal sabedoria do líder, ou o mais perfeito conhecimento da realidade 'real'.
Mas é assim o espírito crítico da maior parte dos portugueses, preferem saber à boa maneira de uma novela, se o juiz da operação Marquês é mesmo filho de um carteiro, ou se o juiz do Processo Casa Pia fazia mesmo musculação. E ai de quem ataque o líder, o líder é sempre vítima de uma cabala.
É preferido repetir até à exaustão que o ministro grego das finanças é um borracho, que concretamente explicar o que propõe e no que se diferencia dos outros. Isso é acessório.
Para a maior parte dos eleitores que não partilha laços de sangue com os expatriados (e quando partilha a culpa afinal foi do governo anterior) o que é realmente dito por PPC é isto:
a)ao sugerir sair de Portugal, ou branqueando o estigma do desemprego, o que o nosso Primeiro faz é de facto incentivar ao empreendorismo (essa nova religião) e a uma rejeição cabal do choradinho tuga, traço de carácter que lembra a ataraxia com umas lágrimas à mistura;
b)expressão de maturidade e responsabilidade face à horrorosa situação que encontrou própria de um grande estadista que tenta insuflar confiança e extirpar o fatalismo e pessimismo, por mais que a realidade o contradiga, não fosse o facto de que é ele e os que pensam como ele que garantem a mais fidedigna versão dessa realidade;
c)é um esforço tecnofórmico de internacionalização de Portugal que o expatriado tem o dever de concretizar, levando daqui o servilismo e a mentalidade trabalhadeira que impressionam tanto lá fora os patrões como aqueles que afagam o pelo dos nosso respeitáveis representantes.
E ai daquele que é expulso que não se sinta honrado em ser a última e cabal exportação portuguesa.
É muito difícil acreditar que o outrora profissional da juventude partidária social democrática queira ver fora do país a mais formada geração que Portugal pariu, num claro esvaziamento de inteligência que de certeza lhe seria hostil em quase todos os pontos de vista.
O verdadeiro pacto de regime e drama nacional é este, é mais fácil expulsar a magotes, vastas franjas da população portuguesa, que alterar o que seja no sistema social classista e medieval das nossas castas. Completamente indiferente se em democracia ou ditadura, se exportando mão de obra barata ou pessoas com formação superior.
É bem mais provável, que o nosso Primeiro ainda ande perdido entre teorias macroeconómicas aprendidas tardiamente , e as poses que ensaia como o líder que ambiciona ser, em jeito análogo à adolescente que ensaia 'selfies' frente ao espelho de forma a captar os melhores ângulos que lhe reforcem a auto imagem aprazível através das redes sociais.
A importância desta gente que tutela a coisa pública não reflecte a sua responsabilidade. De certa forma são inimputáveis. Por causa de quem neles vota, por causa do completo autismo, causado ou pela esperteza ou pelo provincianismo nato.
Esta esperteza e provincianismo são as palas nos olhos ou lentes através das quais interpretam a 'realidade' e são convictos defensores e defensoras destes viés, que lhes provam que os outros é que são enviesados.
O Sr. Silva, raramente se enganava e nunca cometia erros, criou escola nas juventudes partidárias, ou nas falanges uniformizadas do pensamento académico, nas classes sociais, ou nas profissões, de forma que é geral que quase ninguém se consiga colocar no lugar do outro.
A certeza própria cheia de si mesma, não precisa de mais nada. A populaça encara isto como a convicção, que aliada às promessas de cântico de sereia criam uma relação de má fé entre os políticos tornados raposas, e a população que sendo corvo com queijo no bico, lá se põe a trautear deixando cair o mesmo para o braço da raposa, que é percebida não como é mas como pitbull que zelará pelos interesses da populaça.
O pacto de regime é no fundo, uma relação calculista de má fé, onde cada elemento tenta tirar o melhor partido da situação, sem qualquer noção do que está a fazer.
Apenas sabemos que estamos bem e que é preciso continuar assim custe o que custar.
As nossas juventudes partidárias estão habituadas a negociar, não para chegar a terreno comum, mas apenas como forma de domar resistências que nem sequer merecem interiorização.
Os acólitos confundem isto como firmeza.
Só assim se pode enquadrar o rol de desconsiderações relativo aos representantes gregos, e à Grécia como país, num triste cenário de miséria dado pelos tipos e tipas que são eleitos consecutivamente com um engrossar do partido da abstenção.
Não faz sentido que uma nação se queira livrar do ardil europeu, se esse ardil era deixá-la financeiramente dependente, então que pague primeiro antes de querer liberdade.
Portugal na figura dos seus eleitos, mostrou uma célebre política local, de freguesia versus câmara, na qual o asco existente para com a cor partidária antagónica faz depender o trabalho desempenhado. O ódio ideológico e programático resultante desta capacidade de compreensão é compensado por uma coluna vertebral espongiforme dançando ao sabor da brisa, martelando uma justificação estatística.
É muito fácil analisar números e dizer que se tem uma noção das dificuldades passadas pelos compatriotas.
São:
Num gabinete climatizado ou numa cantina de assembleia da República não serão regateados esforços de compreensão e de empatia crescente. Quer se trate de um tenro brigadeiro, quando se leem as estatísticas do desemprego, ou de um café com cheirinho de whisky velho quando se vê traduzido através de números a quantidade de gente que emigrou, ou que fica sem casa sem dinheiro para pagar ao banco.
E a fúria privatizadora lava branco este falhanço da nossa democracia, pois não são imputadas culpas ao projecto político, mas sim, ao Estado enquanto construção teórica comunitária. Apresenta-se o Estado como um luxo que não deve lavar o rabinho a meninos, como algo que faz falta mas apenas residualmente, numa leitura muito longe da ideia de que eu abdico de parte dos meus rendimentos para ajudar outros e não apenas para pagar serviços.
Num bólide com estofos de cabedal pago por ordenados mínimos, pode o ministro e o secretário de estado dissertar sobre a sua capacidade empática de perceber a miséria que outros concidadãos passam, ora fugindo dos fiscais da água e da luz a quem não conseguem pagar, ora ranhosos e maltrapilhos esperando em urgências de hospital por algum qualquer serviço de saúde.
A miséria aparece assim como castigo às naturezas menores, mas o Estado tem como depósito de moralidade dos bons cidadãos, (aqueles que de boas famílias fazem isto andar para a frente), a obrigação de tornar menos óbvia esta indigência, mas só até certo ponto, pois não queremos cá lavar o rabinho a meninos, até porque não há dinheiro para isso, afinal os privados gerem cada vez melhor a coisa.
O argumento mais repetido nos corredores do parlamento é que os da oposição não conhecem a realidade, e com toda a razão pois não conhece ou reconhece a realidade quem não se questiona sobre ela.
Convicção que não se crítica a si mesma é dogma.
E os dogmas estão sempre do lado errado da História.
Portugal empobreceu como PPC desejava mas ainda não ao nível dos trabalhadores asiáticos da sweat shop que são quase monopolistas do mercado que a direita ambiciona.
O mercado esse Deus Ex Machina desta trupe.
O Sr. Coelho quer o que toda a gente quer, desafogo e prosperidade, num mundo alternativo e imaginário onde se enriquece empobrecendo e onde se melhora o ensino antagonizando os professores e manipulando a opinião pública a favor da proletarização dessa profissão, um pouco como foi feito aos polícias a canhão de àgua, ou a outras profissões no passado. Só ainda não se conseguiu fazer aos médicos, que pelo seu corporativismo bem o merecem, porque tendo 3 milhões de reformados é difícil manipular a opinião pública de que o tipo ou a tipa que lhes trata da saúde não merece ganhar bem.
Vamos ganhar esta luta pela mão de obra barata, a populações exponencialmente maiores que a nossa, apostando na qualidade das exportações de produtos avançados tecnologicamente, como figos cortiça e vinho.
Lentamente vamos aprendendo a viver cada vez menos com pouco, contribuindo para a alterância das zonas de miséria do mundo de acordo com os ciclos do capital.
O senhor primeiro ministro parece pois, querer indicar que se és português e queres ter uma vida condigna e ganhar um pouco mais, pira-te daqui para fora. Representa Portugal lá fora, porta-te bem e fala dos nossos vinhos, voa na TAP, e deposita o graveto nos nossos bancos.
Se ficas cá, ganhas o que te pagarem, dás o litro, e estrebuchas pouco, e de 4 em 4 anos legitimas a merda de regime que te devia orgulhar pela estabilidade e responsabilidade.
A memória do nosso povo é inversamente proporcional à sua paciência ovina, qualquer História de Portugal o revela.
Com governantes e governados assim, é preferível uma pátria à francesa, desde que não nos comparemos aos gregos.
Não sendo comparáveis, quer os contextos, quer as situações que originaram esses contextos, não deixa de ser curioso comparar dois comportamentos distintos entre o primeiro ministro português e o homólogo gaulês, Sr. Valls.
Desde logo e pelo conteúdo, sobre o possível abandono de cidadãos franceses de etnia/religião judaica (por causa de vandalização de cemitérios), o Sr. Valls manifesta-se contra, enunciando a nacionalidade francesa dos visados, tanto quanto assume que é responsabilidade do Estado garantir a segurança, neste e noutros exemplos.
Independentemente de pensarmos no interesse calculista que só uma má fé pode enunciar, como perda de capital cultural, técnico e financeiro com uma possível sangria, podemos ver claramente uma identificação entre a falência da República se não cria as condições básicas para a vida dos cidadãos.
Para o nosso Pedro Passos Coelho, doravante PPC, a miséria (neste caso não expressa em violência anti religiosa mas na mais óbvia indigência material) é uma oportunidade de emigrar, ir lá para fora onde são desenvolvidos, sair do país e de uma imaginária zona de conforto que o torrão pátrio parece fornecer a cerca de 300000 emigrados forçados, que expulsos desde o eclodir da crise constituem a maior vaga de emigração portuguesa, num país conhecido como sendo de emigrantes. PPC não só não se penitencia com a sua parte de responsabilidade, como se congratula com aquilo que parece assustar Valls, a falência de um projecto político comunitário e republicano, por causa de colocar em causa um Estado, declarando-o incapaz. A capacidade do Estado coelhista limita-se à economia e às finanças.,
Para PPC e seus acólitos, como Portas, emigração ou imigração são factores de consideração se gerarem dividendos, se os emigrantes enviarem remessas de dinheiro, ou se os imigrantes pagarem a bom preço vistos dourados, na maior prostituição da pátria, que podemos apontar na política dos últimos 40 anos.
Como Portas diz, fazendo uso e abuso de lugares comuns e populismo que não merecem reacção por causa da dormência causada pela sua repetição, a esquerda não presta para gerir dinheiro. Pois decorrendo desta análise, a direita não presta para gerir pessoas. Restaria esperar que cada emigrante fosse um maço de notas concreto e não divisa potencial pois nesse caso o nosso governo de direita porventura faria tudo para captar divisa, ao invés de a exortar a sair.
Toda esta megalomania, para não dizer incompetência, ou cagança mitómana aparece comprimida no discurso da ministra das finanças portuguesa quando afagada pelo Sr. Schaube solta o alivio orgulhoso de forma verbal repetindo que não somos a Grécia, ao invés somos um exemplo.
Este alinhar com o lado dos fortes, dos vencedores, dos senhores que dão o dinheirinho, e que nos ajudaram a concretizar o milagre do bom aluno, figura de estilo com raízes cavaquistas, é enternecedora.
Um país que expulsa 300 000 dos seus habitantes e que bate recordes naqueles que renunciam à sua nacionalidade, é um exemplo de quê?
O Sr. Valls preocupa-se com a saída do capital humano, PPC com a manutenção de uma imagem de respeitabilidade que lhe garanta crédito. França preocupa-se em continuar a ser um farol de esperança republicana, um exemplo para qualquer país em esforço democrático, em Portugal o único compromisso é o dos consecutivos pactos de regime, a que PPC chama de estabilidade política. De suma importância para a privatização da IIIa Republica e para os mercados.
Para:
O Sr. PPC nem se engasga com fatias de bolo rei. Prefere strudel embora não goste que lho digam.
Seus acólitos e apoiantes, que o colocaram no poder, glorificam-lhe a acção sob a presunção de que o cargo que exerce é muito exigente e que qualquer que seja a imbecilidade que o líder profira ou sustente, ela reflecte ou uma profunda e fatal sabedoria do líder, ou o mais perfeito conhecimento da realidade 'real'.
Mas é assim o espírito crítico da maior parte dos portugueses, preferem saber à boa maneira de uma novela, se o juiz da operação Marquês é mesmo filho de um carteiro, ou se o juiz do Processo Casa Pia fazia mesmo musculação. E ai de quem ataque o líder, o líder é sempre vítima de uma cabala.
É preferido repetir até à exaustão que o ministro grego das finanças é um borracho, que concretamente explicar o que propõe e no que se diferencia dos outros. Isso é acessório.
Para a maior parte dos eleitores que não partilha laços de sangue com os expatriados (e quando partilha a culpa afinal foi do governo anterior) o que é realmente dito por PPC é isto:
a)ao sugerir sair de Portugal, ou branqueando o estigma do desemprego, o que o nosso Primeiro faz é de facto incentivar ao empreendorismo (essa nova religião) e a uma rejeição cabal do choradinho tuga, traço de carácter que lembra a ataraxia com umas lágrimas à mistura;
b)expressão de maturidade e responsabilidade face à horrorosa situação que encontrou própria de um grande estadista que tenta insuflar confiança e extirpar o fatalismo e pessimismo, por mais que a realidade o contradiga, não fosse o facto de que é ele e os que pensam como ele que garantem a mais fidedigna versão dessa realidade;
c)é um esforço tecnofórmico de internacionalização de Portugal que o expatriado tem o dever de concretizar, levando daqui o servilismo e a mentalidade trabalhadeira que impressionam tanto lá fora os patrões como aqueles que afagam o pelo dos nosso respeitáveis representantes.
E ai daquele que é expulso que não se sinta honrado em ser a última e cabal exportação portuguesa.
É muito difícil acreditar que o outrora profissional da juventude partidária social democrática queira ver fora do país a mais formada geração que Portugal pariu, num claro esvaziamento de inteligência que de certeza lhe seria hostil em quase todos os pontos de vista.
O verdadeiro pacto de regime e drama nacional é este, é mais fácil expulsar a magotes, vastas franjas da população portuguesa, que alterar o que seja no sistema social classista e medieval das nossas castas. Completamente indiferente se em democracia ou ditadura, se exportando mão de obra barata ou pessoas com formação superior.
É bem mais provável, que o nosso Primeiro ainda ande perdido entre teorias macroeconómicas aprendidas tardiamente , e as poses que ensaia como o líder que ambiciona ser, em jeito análogo à adolescente que ensaia 'selfies' frente ao espelho de forma a captar os melhores ângulos que lhe reforcem a auto imagem aprazível através das redes sociais.
A importância desta gente que tutela a coisa pública não reflecte a sua responsabilidade. De certa forma são inimputáveis. Por causa de quem neles vota, por causa do completo autismo, causado ou pela esperteza ou pelo provincianismo nato.
Esta esperteza e provincianismo são as palas nos olhos ou lentes através das quais interpretam a 'realidade' e são convictos defensores e defensoras destes viés, que lhes provam que os outros é que são enviesados.
O Sr. Silva, raramente se enganava e nunca cometia erros, criou escola nas juventudes partidárias, ou nas falanges uniformizadas do pensamento académico, nas classes sociais, ou nas profissões, de forma que é geral que quase ninguém se consiga colocar no lugar do outro.
A certeza própria cheia de si mesma, não precisa de mais nada. A populaça encara isto como a convicção, que aliada às promessas de cântico de sereia criam uma relação de má fé entre os políticos tornados raposas, e a população que sendo corvo com queijo no bico, lá se põe a trautear deixando cair o mesmo para o braço da raposa, que é percebida não como é mas como pitbull que zelará pelos interesses da populaça.
O pacto de regime é no fundo, uma relação calculista de má fé, onde cada elemento tenta tirar o melhor partido da situação, sem qualquer noção do que está a fazer.
Apenas sabemos que estamos bem e que é preciso continuar assim custe o que custar.
As nossas juventudes partidárias estão habituadas a negociar, não para chegar a terreno comum, mas apenas como forma de domar resistências que nem sequer merecem interiorização.
Os acólitos confundem isto como firmeza.
Só assim se pode enquadrar o rol de desconsiderações relativo aos representantes gregos, e à Grécia como país, num triste cenário de miséria dado pelos tipos e tipas que são eleitos consecutivamente com um engrossar do partido da abstenção.
Não faz sentido que uma nação se queira livrar do ardil europeu, se esse ardil era deixá-la financeiramente dependente, então que pague primeiro antes de querer liberdade.
Portugal na figura dos seus eleitos, mostrou uma célebre política local, de freguesia versus câmara, na qual o asco existente para com a cor partidária antagónica faz depender o trabalho desempenhado. O ódio ideológico e programático resultante desta capacidade de compreensão é compensado por uma coluna vertebral espongiforme dançando ao sabor da brisa, martelando uma justificação estatística.
É muito fácil analisar números e dizer que se tem uma noção das dificuldades passadas pelos compatriotas.
São:
Num gabinete climatizado ou numa cantina de assembleia da República não serão regateados esforços de compreensão e de empatia crescente. Quer se trate de um tenro brigadeiro, quando se leem as estatísticas do desemprego, ou de um café com cheirinho de whisky velho quando se vê traduzido através de números a quantidade de gente que emigrou, ou que fica sem casa sem dinheiro para pagar ao banco.
E a fúria privatizadora lava branco este falhanço da nossa democracia, pois não são imputadas culpas ao projecto político, mas sim, ao Estado enquanto construção teórica comunitária. Apresenta-se o Estado como um luxo que não deve lavar o rabinho a meninos, como algo que faz falta mas apenas residualmente, numa leitura muito longe da ideia de que eu abdico de parte dos meus rendimentos para ajudar outros e não apenas para pagar serviços.
Num bólide com estofos de cabedal pago por ordenados mínimos, pode o ministro e o secretário de estado dissertar sobre a sua capacidade empática de perceber a miséria que outros concidadãos passam, ora fugindo dos fiscais da água e da luz a quem não conseguem pagar, ora ranhosos e maltrapilhos esperando em urgências de hospital por algum qualquer serviço de saúde.
A miséria aparece assim como castigo às naturezas menores, mas o Estado tem como depósito de moralidade dos bons cidadãos, (aqueles que de boas famílias fazem isto andar para a frente), a obrigação de tornar menos óbvia esta indigência, mas só até certo ponto, pois não queremos cá lavar o rabinho a meninos, até porque não há dinheiro para isso, afinal os privados gerem cada vez melhor a coisa.
O argumento mais repetido nos corredores do parlamento é que os da oposição não conhecem a realidade, e com toda a razão pois não conhece ou reconhece a realidade quem não se questiona sobre ela.
Convicção que não se crítica a si mesma é dogma.
E os dogmas estão sempre do lado errado da História.
Portugal empobreceu como PPC desejava mas ainda não ao nível dos trabalhadores asiáticos da sweat shop que são quase monopolistas do mercado que a direita ambiciona.
O mercado esse Deus Ex Machina desta trupe.
O Sr. Coelho quer o que toda a gente quer, desafogo e prosperidade, num mundo alternativo e imaginário onde se enriquece empobrecendo e onde se melhora o ensino antagonizando os professores e manipulando a opinião pública a favor da proletarização dessa profissão, um pouco como foi feito aos polícias a canhão de àgua, ou a outras profissões no passado. Só ainda não se conseguiu fazer aos médicos, que pelo seu corporativismo bem o merecem, porque tendo 3 milhões de reformados é difícil manipular a opinião pública de que o tipo ou a tipa que lhes trata da saúde não merece ganhar bem.
Vamos ganhar esta luta pela mão de obra barata, a populações exponencialmente maiores que a nossa, apostando na qualidade das exportações de produtos avançados tecnologicamente, como figos cortiça e vinho.
Lentamente vamos aprendendo a viver cada vez menos com pouco, contribuindo para a alterância das zonas de miséria do mundo de acordo com os ciclos do capital.
O senhor primeiro ministro parece pois, querer indicar que se és português e queres ter uma vida condigna e ganhar um pouco mais, pira-te daqui para fora. Representa Portugal lá fora, porta-te bem e fala dos nossos vinhos, voa na TAP, e deposita o graveto nos nossos bancos.
Se ficas cá, ganhas o que te pagarem, dás o litro, e estrebuchas pouco, e de 4 em 4 anos legitimas a merda de regime que te devia orgulhar pela estabilidade e responsabilidade.
A memória do nosso povo é inversamente proporcional à sua paciência ovina, qualquer História de Portugal o revela.
Com governantes e governados assim, é preferível uma pátria à francesa, desde que não nos comparemos aos gregos.