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Académicos -parte II

9/24/2013

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Académicos II

I

Falando da minha experiência pessoal, e de acordo com a abertura da época da praxe, que  se prolongará até ao fim do ano lectivo, venho por este meio reflectir sobre esta tradição que é a praxe.

A praxe enquanto tradição é recente e massificou-se com a massificação do ensino superior.

Surge nos contextos suburbanos lisboetas como moda moderna um pouco como a celebração do ‘rookie’  dos filmes de Hollywood enquanto arquétipo do iniciado ou das debutantes do século passado. Lembro-me de ver nos idos anos 90 a sua introdução em contexto do secundário, aplicada aos alunos recém chegados, por parte dos mais velhos, e que partilhava com as praxes actuais a simbiose de entusiasmos entre praxantes e praxados, uns por poder humilhar os outros, e os outros por se sentirem integrados numa brincadeira e num ambiente de amizade fácil, de protecção galinácia por uma espécie de superiores ‘pedagogos’ sobre os trilhos do novo trajecto, sem dúvida com imensos perigos.

Nunca praxei ninguém, fui praxado, e não tenho particular ódio ou amor à praxe académica, mas tenho a minha opinião e nela acho que a praxe é uma idiotice, mas respeito o direito de adesão de cada um, contando que seja voluntário.

Naquilo que supostamente a praxe representa, sou totalmente avesso, até porque por todos os argumentos e mais um, a praxe não serve para integrar, para isso qualquer actividade lúdica cumpriria o ojectivo, a praxe serve para ordenar e hierarquizar. E isso, lamentavelmente, rejeito.

II

Fui praxado por uma cachopa repetente de 2º ano que assim se vingava porventura de aventuras escolares menos felizes, e cuja niilista presença na Faculdade de Letras de Lisboa exigia sentido para o seu trajecto menos conseguido através de um sacrifício ritual de um caloiro.

Calhou-me a mim, que me neguei é certo, pois nunca gostei de me sujeitar a vontades alheias, mas à insistência ameaçadora da musa, fraquejei, confesso, mais por ceder ao mito de que quem se nega é depois renegado por todos os outros sujeitando-se a uma vida de eremita aleivoso, que por encantos intrínsecos da moça. De qualquer maneira, a tatuagem com o nome do meu curso na minha testa, fez-me sentir plenamente integrado e pensei que ao menos assim tinha alguém com quem falar a minha ‘madrinha’ que assim supria a minha falta de baptismo católico.

Com surpresa só a custo conseguia arrancar palavras de minha ‘madrinha’, sempre com ar de oráculo sapiente e milenar, o que de certa forma me fez perceber que as praxes pouco mais são que a repetição mistificada de lugares comuns em que vários interesses e patologias se cruzam.

Não tive uma experiência relevante ou particularmente atribulada, nem sequer ‘negativa’ pelo que julgo estar à vontade para afirmar que a praxe vale mais pela atmosfera alienada e alienizante que projecta que pelas supostas funções de integração e camaradagem. Atenção que não nego a existência das mesmas para pequenas quantidades de pessoas, mas como em tudo as excepções confirmam as regras. O traje académico é outra parte do folclore que surge tardiamente e por osmose em Lisboa (originário do luto académico de Coimbra, bem contextualizado histórica e ideologicamente) , cuja função era mais uma vez travestida, não para identificar membros da Academia, mas para os diferenciar dos comuns mortais como pude comprovar com a minha soberba quando entrei orgulhoso no autocarro, com o nome do curso a vermelho batôn na testa, sentindo-me um eleito.

A meio do percurso senti-me terrivelmente envergonhado por minha pequena e serôdia alegria que saí antes do meu destino para limpar aquela minha falha de carácter.

Com pompa vemos nestas alturas estes placebos de ‘batman’ ou pianistas cangalheiros vestidos ne negro, deambulamdo pelas ruas ou com um grupo de imberbes estudantes em suave perseguição. Conheci muitos colegas que participavam zelosamente nas praxes com um sentido de missão que sempre ultrapassava em intensidade a sua preocupação com as matérias a aprender.

Assisti também à permeabilização da sensibilidade docente para com estas palhaçadas, uns por se sentirem como Maomé perante a montanha, outros porque sabe sempre bem uns dias de folga por causa da tradição académica.

Assisti a suficientes discussões públicas e tomadas de posição de reitores e estudantes, e até às mortes de algumas vítimas de abusos. Cheguei a conhecer as praxes de universidades privadas que faziam da crueldade dos exercícios a liturgia do esforço de equalização da dignidade comparativamente às universidades públicas.

Cheguei a assistir num casamento, perante o olhar embevecido dos pais dos noivos, à cerimónia de celebração que atestava o fim glorioso de um percurso de juventude através de gritos guturais, pandeiretas, piruetas e motes semi brejeiros, que distinguem a elite letrada e bem sucedida do Portugal parolo.

No momento presente, como grande parte dos que já abandonaram os ‘cursos’ ou que já não sentem as hormonas em primaveril desarranjo, olho para estes rituais como cão para vinha vindimada, respeito o direito dos mais novos a celebrarem as tonterias próprias da idade, e não me afecta que os participantes embarquem numa mesma dança vil e suja de subserviência e atavismo chocante.

III

Subserviência porque como já disse, nada há na praxe, a não ser como máscara, que seja integrante. O caloiro integrado não é integrado na faculdade mas na irmandade dos que defendem esta suposta tradição académica. O direito de praxar, é um direito, um direito exclusivo, O veterano não assume o praxado e pós iniciado como seu igual, mas como alguém abaixo numa imaginária hierarquia social e académica. Na praxe, como na tropa, a antiguidade é um posto, e os pobres de espírito não podem dar-se ao luxo de abdicar dos privilégios da posição que julgam ter atingido. Quando ingressei na FCSH, fui abordado carinhosamente por um veterano que me pretendia praxar, pois que havia estado com o radar alerta para novas faces. Repliquei gentilmente que não, ao que o mesmo se despeitou por uma tão grave violação dos seus direitos, pelo que  retorqui indagando qual a legitimação para se poder praxar outro, se era o maior número de matrículas. Não, pelos vistos era a apresentação de um currículo de veterania, que eu não tinha pois nunca tinha praxado ninguém, nem pertencia ao grupo de praxantes da instituição, pois ao que parece só se podem praxar uns aos outros dentro da instituição, o que é uma boa medida protectora, bem como cria uma pequena tribo dentro dos milhares de potenciais servos e escravos do ensino superior deste país.

Demovido pela minha recusa o jovem veterano sentiu que devia retirar-se para alvos mais aquiescentes pelo que fiquei com o meu mau feitio e com a ausência do medo de ficar só para todo o sempre.

 No conjunto das actividades oferecidas numa instituição de ensino superior, a maior adesão envolve sem dúvida e geralmente a tradição praxista e como complemento vitamínico, as tunas.

Não é possível a alguém de boa fé negar que existem interesses próprios ou ganhos individuais nesta promoção de actividades. Se sujeito X opta por participar a expensas próprias no teatro da praxe é porque ganha algo com isso. Sejam vantagens a nível sexual (conhecer caloiras e caloiros e aparecer aos olhos de potenciais parceiros como alguém integrado e proactivo(a) ), sejam vantagens a nível psicológico, com a humilhação ou na melhor das hipóteses, no fascínio ou domínio exercido em outros mais impressionáveis. É claro que existem os caso de pessoas que acham genuinamente que através da praxe prestam um exercício ao próximo, mas pede-se apenas um pouco de honestidade para admitir, que se toda a gente que participa o fizesse por motivos altruístas, tínhamos todos os flagelos sociais portugueses resolvidos À base de caridade, a não ser que a imagem de um caloiro indefeso a entrar pela sombria e fantasmagórica entrada de uma universidade seja mais comovente que um desgraçado sem abrigo toxicodependente em coma alcoólico morando numa lixeira. Passo o exemplo.

Pessoalmente não acredito no argumento falacioso do altruísmo, tal como menos acredito no argumento a favor da manutenção desta tradição veneranda com menos de meio século de longevidade, que contextualizada a Lisboa, nem 30 aninhos deve estar a fazer.

Se toda a população do ensino superior se dedicasse de igual forma a todas as formas de preservação da memória cultural, teríamos núcleos de ranchos folclóricos e até de horto fruticultura em todas as universidades portuguesas. Passo o exemplo.

As palavras bonitas acerca das praxes são apenas isso, palavras bonitas para disfarçar o óbvio.

IV

Como já referi, a praxe implica uma sujeição entre membros de dignidade ou posição diferente, o que implica a aceitação dessa diferença, hierárquica.

É portanto uma actividade classista, parola e conformadora, que na minha opinião aliena e restringe o que de mais valioso se encontra na sociedade civil, a irreverência e força de esperança da juventude.

Praticada pelos jovens estudantes, que em casa recebem o ensinamento de uma sociedade dividida em ordens, dignidades, classes. Conforme à visão de alguns, é certo, mas terrivelmente serôdia no sentido de que aceitar a diferença ou seriação dos seres humanos em nós e eles, vai tão contra a propagada ideia de que somos todos iguais, como as difenrenças de ordenados para diferentes funções igualmente importantes.

O jovem licenciado sai com a praxe, mais conformado e conformador, que aquilo que é desejável. Sai do seu cursinho a acreditar que a paciência e a resignação, que a aceitação de ordens, que a subserviência fazem parte de um trajecto normal que culmina no prémio que ele ou ela anseiam.


É curioso como se defende por vezes a actividade desinteressada da praxe, baseada na integração dos novos alunos. Dá a ideia de que os veteranos são dedicados filantropos da harmonia universitária, o que de certa forma com a estratificação que desde o início se ensina aos caloiros, que têm de aprender a diferença entre caloiros, doutores, padrinhos, e restante parafernalia de nomes e rituais que se podem observar na praxe - e experimente-se abordar um destes veteranos, geralmente respondem com alguma aridez para quem não conhecem dentro do recinto escolar, aridez acentuada se for um caloiro a quem é preciso vincar a autoridade.

Cada doutor deve ser recompensado pelo montante gasto em fardas / uniformes, a bem do bem estar e acolhimento dos outros. Podemos até criar a ideia de uma universidade amistosa e plenamente porreiraça à conta destes veteranos dos livros, mas o que acontece a maior parte das vezes é que são criaturas classistas, elitistas e exibicionistas, em particular com o seu negro uniforme que os distingue dos demais.

Relembro uma tradição académica bem mais antiga e infelizmente que se vai perdendo, na Faculdade de Letras de Lisboa, em que não se utilizava o traje académico, e onde os caloiros eram convidados para beber cerveja, em igualdade, com os alunos mais velhos e os temas de conversa eram invariavelmente os assuntos que iriam tratar no decurso da sua aprendizagem, na instituição e fora dela. Quer porque esta veneranda tradição não cria senão um sentimento de partilha e camaradagem, vai-se perdendo para as ridículas tarefas de infantilização e pornografia de brincadeira que se escutam um pouco por toda a cidade. Nelas é invariavelmente observado um mandante e um executor, uma autoridade e uma submissão, sob todos os eufemismos que se queiram evocar para amenizar esta crua leitura.

No fundo a praxe é a institucionalização da violência sobre o outro através de uma manifestação imberbe e infantil, praxar é brincar ao reizinho e aos estudos, é fazer dos universitários pequenas crianças tiranas a brincar aos adultos.


Assim é a praxe uma actividade conservadora e socialmente regressiva, além de eticamente questionável.

Mas como é práxis, fica ao cuidado do comprador, Caveat Emptor.

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Desvanecendo

9/15/2013

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Dia mil do protectorado estrangeiro no meu país.

Continua a sangria de gente jovem e formada para além fronteiras em vagas que se repetem pelos séculos.

Vou trabalhar e pela autoestrada ligo o rádio e escuto uma voz difundindo a sua mensagem religiosa que envolve um apelo propagandístico às benesses na liberdade de ensino e do papel do Estado. Que mania esta dos religiosos se meterem em política. Segundo essa voz, a liberdade de educar os filhos conforme a vontade dos pais de acordo com uma opção pelo contexto ensinado nas escolas, obriga a que o Estado financie as escolas privadas, em nome da liberdade.

Ficamos a saber duas coisas, que a matéria tão fundamental pode ser ensinada de formas distintas, como se as Matemáticas do Crato fossem passíveis de interpretação ideológica, e que ‘liberdade’ passa por ir a um restaurante e pedir um prato que não está no menu.

Ou seja, o cidadão paga a educação, mas na hora de escolher escolhe outra forma de educação e o Estado tem de pactuar, numa engraçada ideia de escola pública, mais ágil, mais adequada aos sabores das modas e caprichos dos encarregados de educação.

Daqui a uns anos não podemos senão esperar que cada família faça a educação da sua criança à sua medida, uma escola  a la carte.

A escola pública não visa formar consumidores, visa formar cidadãos.  É sumamente curioso que as forças políticas que gostam de normalizar e dividir tudo socialmente são aquelas que vem afinal dizer que todos devem ter uma educação diferente. E que liberdade passa por poder escolher mais que uma marca de pasta dentífrica de uma prateleira de supermercado.

Mais curioso ainda que da Igreja ainda venham estas ideias e propostas, não exactamente por recriação própria mas apropriando-se da onda argumentativa actual.

É o tempo dos argumentos, ao serviço de quem os profere. A lógica retorcida ao sabor das vontades torna impossível o discurso. Não é possível encurralar um sofista a partir do debate racional, objectivo. Os sofistas lutam sujo, não por mor de chegar a uma conclusão e a uma eficiência de processos, mas por conseguirem levar a água ao seu moínho.

Torna-se perplexo o espectador que analisando os vitupérios, escuta o escarnecer dos sistemas de esquerda e mutualização da propriedade, sob epítetos de ‘falta de liberdade’ e ‘propaganda’ ou ‘censura’.

Que outra coisa não é a lógica inquinada ao serviço de uma visão do mundo, senão propaganda?

Que outra coisa não é o provincianismo português senão a adesão acrítica a ideias feitas e a total demissão de um projecto autónomo enquanto cultura?

A manipulação da linguagem é total ante uma população imbecilizada entre telenovelas e futebol e que se prepara para legitimar de novo os inaptos do costume.

Que se pode dizer de um sistema onde os piores decidem o destino dos mais esclarecidos? Que dizer de um sistema onde indigência argumentativa e a má fé são a base das tomadas de decisão? Portugal é uma jangada de pedra à deriva desde a sua fundação, o orgulho de uma autonomia só se evidenciou nos momentos históricos em que a solidão do virar costas ao continente sempre foi uma opção alheia, logo forçada, logo não opção.

O esforço passado em sangue e opções estratégicas da nossa política externa, foi completamente desbaratado ante as submissões consecutivas através de acordos não sufragados politicamente, pagos a peso de outro pela eurocracia.

Não há que censurar estas pessoas que optam pela extinção da entidade geo política ‘Portugal’.

Há que perceber que são consequência da sociedade que deixámos construir nos últimos 40 anos. A geração presente, a que decide, é ‘europeísta’, ‘globalista’ e cosmopolita. Na minha opinião é fatalmente ingénua, mas tomo essa ingenuidade como consequência de grande parte dos nossos decisores terem sido criados numa sociedade corrupta, promotora dos espertos, e completamente acéfala no que concerne à adesão a modos de vida e mundividências externas.

Contra o provincianismo, e contra a criação endémica de traidores sem o saberem,  o único paliativo é a educação. Com a redução do papel do Estado, reduz-se também a sombra da pátria, a visibilidade de um projecto nacional, que se encontra em suspenso de mais uma região ultraperiférica de um aborto chamado União Europeia. Portugal é ultraperiferia, e quanto mais portuguesinhos nos sentimos mais nos queremos sentir cidadãos do mundo, cosmopolitas, participantes de uma Europa, na qual nada temos a dizer que decida, após os sucessivos tratados assinados por traidores profissionais.

Não é possível evitar a corrupção pós revolucionária, sem ser com um Estado ditatorial. Isto porque os cidadãos vão sempre querer obter vantagem ou evidência uns em relação aos outros, e a nossa única forma de evitar isso seria uma educação pública para a República, não para uma pseudo democracia sem sabor e refinada por ideias de politicamente correcto, mas que evidenciasse o que custa e o que está envolvido numa sociedade igualitária e independente.

Urge um apelo às armas e à violência, bem como à desobediência civil. Não porque sejam respostas a alguma coisa, mas porque infelizmente não há mais nada que possa obrigar a população a parar e a pensar, numa reformulação da sociedade em que se deixou cair. Não defendo a violência mas neste momento é mais violenta a inacção que uma sublevação geral.
Se nada for feito além de calma submissão, os problemas vão-se avolumar e não desaparecer, estamos todos a fingir que não vemos o elefante na loja de loiças.
É imperioso resistir e apelar ao bloqueio global do país, mesmo que aumente uma divída que já por si é impagável. é necessário sovar e organizar acções violentas e concertads contra as personalidades que representam o regime. O episódio Relvas homenageado no Brasil, não foi importante por causa do caricato da situação do falseador, e da sua celebração, mas sim por podermos observar em directo os sorrisos amarelos dos colunáveis que iam acedendo ao recinto. Gente qua nunca passou necessidades na vida e para eles este é o melhor sistema possível, cada um merece o que tem, começando por eles, os risos de superioridade e pretensa civilidade reflectem uma forma de encarar o mundo que coloca antagonismo insanável entre conservadores e revolucionários. Os nossos aldrabões e inaptos governantes vivem numa redoma própria, num mundo de justificação actualizada no qual quase tudo faz sentido. Vivem na lua portanto, e é esse fundamentalismo que os torna perigosos.
Ao fundamentalismo terrorista, não há resposta passível de apelar além de uma lógica inquinada, de facção. Não se consegue convencer os conservadores da necessidade revolucionária enquanto as pessoas acharem que existe algo a perder.
Não há pois diálogo entre facções, não há acordos, apenas a suspeita de que só através do empobrecimento geral da maioria, se pode voltar a calibrar, temporariamente de novo, a nossa sociedade. E destes avanços e recuos se faz a nossa História.

Portugal é aquilo que pode e deve fazer de si mesmo. Abdicar deste carácter aberto de possibilidade, de potência, é abdicar da nossa identidade, além de selecções de futebol ou de galos de Barcelos e pasteis de nata.

O desfile de inaptidão que nas últimas décadas é observável na pasta da Educação, nao é fortuito senão sistematico. Creio assim que com a vergonhosa complacência da população portuguesa, estamos a liquidar as últimas raízes que prendiam o último dente à gengiva.

Não por culpa do senhor Crato, mas mais uma vez daqueles que caem nos discursos de lógica enviesada do ‘rigor’ da ‘avaliação’ do combate ao facilitismo, que são conceitos repetidos até à exaustão que lhes retira qualquer sentido além de serem ideias feitas.

O senhor Crato no seu discurso inaugural no Parlamento revelou a profunda indigência cultural que detêm, especialmente no que concerne à ordenação dos saberes científicos.

Não é mau rapaz, apenas se meteu em bicos dos pés numa tertúlia televisiva com o senhor Crespo e com o senhor Medina Carreira, numa espécie de dialéctica dos Marretas, no que concerne ao malhar nos erros daqueles que criticavam. Discursos com ouvidos atentos e nada melhor que colocar gente que o povinho aprecia para ganhar o tempo suficiente para tanta coisa a desmantelar.

Com bolos se enganam tolos e o último dente está quase a cair, resta também comer a sopa que nos vão dar, até ao dia de finados em que recordaremos uma pátria que foi Portugal.

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Tra(d)ição

9/7/2013

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Segundo documento que se pode consultar no website do Parlamento português, e cujo cabeçalho a seguir se transcreve:

«1

Crimes de Responsabilidade dos Titulares de Cargos Políticos

Lei n.º 34/87, de 16 de Julho,com as alterações introduzidas pela Lei n.º108/2001, de 28 de novembro,Lei n.º 30/2008, de 10 de Julho, Lei n.º41/2010, de 3 de setembro,Lei n.º 4/2011, de 16 de fevereiro, e Lei n.º 4/2013, de 14 de janeiro (retificada pela Declaração de Retificação n.º 5 /2013, de 25 de Janeiro)

Artigo 7.º

Traição à Pátria

O titular de cargo político que, com flagrante desvio ou abuso das suas funções ou com grave violação dos inerentes deveres, ainda que por meio não violento nem de ameaça de violência, tentar separar da Mãe-Pátria, ou entregar a país estrangeiro, ou submeter a soberania estrangeira, o todo ou uma parte do território português, ofender ou puser em perigo a independência do País será punido com prisão de dez a quinze anos. »

 

I

 

Qualquer tasca do nosso país apresenta um ruído de fundo de pessoas a falar, e onde invariavelmente e com a regularidade de um metrónomo se pode ouvir a acusação de ‘traidor à pátria’ no que concerne a elementos da classe política, a maior parte das vezes à generalidade da classe política. O português, talvez com razão, encara a ´política’ um pouco como o português medieval encarava a corte, uma espécie de novela distante, onde os ricos e importantes decidem a vida de todos os outros essencialmente quando se fazem sentir tais decisões no dia a dia.

 

Qualquer pessoa acha os assuntos da coisa pública como coisa enfadonha e chata e prefere delegar a uma classe especial de madraços e aldrabões, que admira em segredo, os políticos. Admira em segredo porque os portugueses tem como maior tradição, não o pastel de nata, o bacalhau à Brás ou a saudade, mas a admiração pela esperteza.

A esperteza aparenta ser uma espécie de inteligência de curto prazo, ou inteligência aplicada. Não é inteligência pois a mesma implica eficiência, e nada de curto prazo é eficiente, nem a sua aplicação por si só se situa apenas no plano material.

 

Mas o português adora os espertos ainda que lhe façam mal, um pouco como o infeliz exemplo no qual a mulher admira o homem que lhe bate porque lhe reconhece masculinidade na acção.

No caso do político português não é a violência a céu aberto, isto é a chapada forte e feia, que enfeitiça os concidadãos. È a falta de vergonha, uma quase afronta com que o político agride, e a frontalidade com que o faz, levando à ribalta uma classe de sem vergonhas convictos que a generalidade da população acarinha de quatro em quatro anos na armadilha que lhe foi montada por estes hábeis filhos do povo.

 

Portugal, o país inovador dos autarcas-bandidos, faz parte do mundo ocidental em que a iliteracia e analfabetismo pop fazem escola, e perante este ponto de vista, temos razão para temer por uma implementação futura da democracia. Chamar democracia a uma palhaçada que se organiza de 4 em 4 anos, é um exercício que ganha seriedade quando se analisa os cartazes deste 2013 dos candidatos políticos aos orgãos de poder, nomeadamente com a manipulação de imagem, com as faces cândidas ou mangas arregaçadas, e frases sonantes que tentam projectar uma intenção de fazer muito pelo votante, ainda que o votante nada perceba do que seja o que se vai fazer.

Para o votante dá a sensação de que o fazer seja as tais coisas chatas que não quer saber e delega a outros para fazer, bem como se projecta uma espécie de novela onde cada candidato se apresenta como São Jorge contra o dragão, sendo o dragão a metáfora das forças de bloqueio que impedem uma acção construtiva e moralizadora do respectivo candidato.

Nos actos eleitorais anteriores, as referências ao partido ocupavam cerca de 50% do espaço total, e este ano como a popularidade dos partidos está baixa, notam-se uns pequenos símbolos e há uma maior projecção de marketing a partir do próprio sujeito que se candidata, numa clara e vergonhosa acção comercial, claramente tradicional de ‘trabalhar de acordo para onde sopra o vento’.

 

Da anterior definição de traição à pátria, podemos retirar algumas noções, nomeadamente que é apenas ao titular que pode ser imputada responsabilidade nos actos de:

a)      Tentar separar a Mãe-Pátria

b)      Alienar a independência ou auto-determinação do próprio destino, para com poderes estrangeiros.

De acordo com a lei, ainda vigente, é traidor não apenas o político, como o cidadão comum (lamentável que tenhamos de fazer esta distinção), que tenta separar física ou de outra forma a entidade geo-histórica designada por ‘pátria’, e reduzir a soberania e auto-determinação da mole de indivíduos que compõe essa entidade geo-histórica.

II

 

Daniel Campelo, Fernando Gomes, Alberto João Jardim, Mota Amaral (veja-se os casos caricatos da Frente de Libertação dos Açores e da Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira), Nuno Cardoso e outros, são figuras públicas que sempre podemos ver em órgãos de comunicação social denunciando contra o centralismo de Lisboa e por vezes ameaçando com indepência da suposta unidade regional de que se dizem representantes.

Coloca-se a questão sobre se isto é ou não um crime de traição na medida em que a criação e manipulação de discursos divisionistas, especialmente com a criação artificial de micro entidades geo-históricas, contribui para uma cisão no corpo de cidadãos da República.

Grande parte da elaboração destes discursos serve a finalidade de sugar mais leite da teta da vaca, leia-se, conseguir mais financiamento a partir de uma administração central.

Dos exemplos dados anteriormente, só Nuno Cardoso não beneficiou porque não foi eleito, todos conseguiram ou lugares cimeiros no aparelho público, ou financiamento para perpetuação de mandatos. Ou seja, sob determinado ponto de vista, Portugal paga para manter a sua integridade territorial.

Se essa integridade tem de ser paga, não é integridade. Se os portugueses querem um país, e podem legitimamente não o querer, essa vontade tem um custo. O custo é um desígnio comum, e a tomada de decisões que possibilitem esse desígnio comum.

É possível organizar discursos separatistas ao nível da freguesia. O peso da centralidade faz-se sentir não na auto afirmação da entidade regional, mas numa suposta apropriação indevida da capital em relação ao todo, o que não passa de uma deturpação do facto de que a má gestão política e territorial que empobrece todo o país por igual.

A responsabilidade disto é portanto repartida por cidadão e decisor por igual, pois um legitima o outro, o cidadão ao sufragar o seu representante através de uma cruz e da aceitação do discurso divisionista, ou outro aproveitando-se na inevitabilidade da manutenção do aparelho público corrupto e apelando ao mesquinho sentimento de diferenciação entre aldeias e ao inimigo centralista, para poder usufruir da confiança do eleitorado.

Tome-se o caso exemplar da Região Autónoma da Madeira, que ao longo do longo reinado do seu Presidente, revela a postura da população insular em relação à população continental, em particular de Lisboa, pois se continuamente se elege um homem que insulta e desconsidera os seus compatriotas discriminando-os de acordo com a sua localização geográfica, só se pode considerar que essa desconsideração é aprovada pela maioria que o elege.

III

 

A nosso ver, uma grande causa deste estado de coisas decorre da implementação de um preconceito provinciano contra o nacionalismo e o sentimento nacional, assenta em dois polos, a) a fraquíssima qualidade da nossa República decorre directamente da fraquíssima qualidade na educação do cidadão, educado para ser funcionário mas não cidadão de uma República, e b) da estrutura politico-social que beneficia com a estupidificação da população e com a manutenção de um estado de pulverização de toda a realidade social, leia-se o poder local, e na sombra, os partidos que a partir do poder local esperam obter dividendos no acesso ao poder.

Se neste segundo ponto seria vital impedir o titular do cargo político usufruir durante e depois do seu mandato de qualquer benefício profissional ou de outro tipo, no primeiro, torna-se complicado aferir a partir da qualificação sem precedente, a nivel académico, dos titulares hodiernos de cargos políticos, como essa qualificação contribui ainda para a articulação miserável do empobrecimento metódico da nossa nação.

Ou seja, como é que na geração mais formada academicamente que Portugal já conheceu, temos tanta gente a trabalhar para dissolver o país?

Uma abordagem seria correctamente afirmar que grande parte dos que trabalham para a desintegração, não o sabem, pensam que trabalham ao serviço de Portugal.

Outra é afirmar que interessa a desintegração nacional, pois a inserção na mais vasta unidade narcótica denominada de «união europeia», permite um coma administrativo no qual os dividendos pessoais compensam a acção de subtracção de autonomia nacional.

A outra, bem mais sinistra, implica uma coacção ideológica que identifica o nacionalismo com estereotipos racistas e fascistas, e não apenas como amor à unidade geo-histórica na qual o sujeito se insere.

Este rejeitar da ideologia é ideologia também. Assim se pode compreender como a maior parte das pessoas formadas sejam destituídas de algum sentimento gregário ou nacionalista, em parte porque cresceram numa cultura que fomentou o egoísmo e a acção norteada pela competição, em parte porque mercê da importância social vã do titular do curso superior, se alimenta uma postura em que esse mesmo titular se acha capaz de possuir uma opinião bem fundamentada e inatacável no que concerne a uma postura ideológica.

Qualquer engenheiro de sapataria se considera apto a debater o que for, apenas porque cursou durante 3, 5 ou 10 anos algo que se designa de ‘superior’ e porque foi avaliado num processo que concluído lhe faz merecer consideração social, na exacta proporção em que o seu curso é aceite no mercado de trabalho ou defendido por órgãos de pressão anti patriotas como é exemplo a Ordem dos Médicos.

A rejeição da ideologia é uma tomada de posição ideológica.

 

 

 

 

 

IV

                          Portugal está refém de uma classe social, que ganha na manutenção de uma autonomia mitigada, perto da extinção nacional. Tal como o emigrante que fala português em França e francês em Portugal, o político, o cidadão deslumbrado com o estrangeiro, que compra mugs de café em New York, ou bebe uma pint no Soho, ou passeia pelos Champs-Élyseés, precisam do choque de culturas, dentro da cultura globalista, para chamarem a si uma diferenciação lisonjeira.

O hodierno cidadão suburbano português de classe media considera-se um cidadão do mundo, identificando o mundo com os lugares que já visitou segundo a agência de viagens. Abraça mais a alteridade cultural que conhece superficialmente que a mesmidade cultural que renega e não conhece ou imagina. O cidadão que celebra as suas bodas na República Dominicana e nunca visitou o Gerês, ou tentou calcorrear todas as ruas de Portalegre.

Assim, a nossa geração mais formada e a-ideóloga, contribui para a manutenção de um sistema que no caso presente a força a largar o torrão pátrio.

Mais uma vez, em virtude do sistema social e administrativo, Portugal rejeita o progresso, expulsando os elementos que pagou para formar e que vão privilegiar outras nações, e mantém a mesma escória que acentuou o atavismo social que presenciamos.

Assim, o humilde cidadão de freguesia rural dos confins nacionais, ou o cosmopolita doutor ou engenheiro emigrados, fazem parte da mesma moeda, ainda que um só se lembre da existência de um país chamado Portugal, quando descobre que a sua freguesia por si só não angaria dinheiro suficiente para a construção de mais uma estrada que a ligue ao hipermercado mais próximo, ou quando emigrado o doutor e engenheiro sente saudades de casa e do pantâno que abandonou, obrigado por motivos económicos, suspira pelas férias de Verão para tornar ao país que finalmente passou a valorizar mais que os postais e as fotos que coleccionou nas suas viagens anteriores de locais distintos ou famosos.

V

 

                          É complicado verificar uma saída deste atavismo sem medidas demagógicas ou sem ser em contexto revolucionário.

Sobre o contexto revolucionário, dificilmente se farão alterações eficientes de forma política, não porque não seja possível fazer uma revolução sem derramar sangue, mas porque se esperarmos alteração por parte de quem se interessa que nada mude, não é ingenidade, é estupidez.

Infelizmente, acreditamos que passámos o ponto de não retorno para uma acção violenta em contexto de guerra civil como forma de alterar o jogo político nacional. O país é administrado por corruptos que utilizarão todos os meios ao seu alcance para poderem usufruir dos motivos que os levaram a corromper. Desde que se instituiu esta ‘democracia’ que a presença da lei não faz da lei uma presença, isto é, o corpo legal apenas serve para dar a ilusão de um Estado de direito, quando as relações de entrelinhas condicionam invarialvelmente o contexto de crime e castigo.

O caso flagrante dos incêndios florestais e da corrupção descarada em seu torno ou o do financiamento público do ensino privado responsabilidade do senhor Nuno Crato, até podiam ser tornados crime público, que o são, mas quem vai condenar alguém nesta república bananeira, onde a lei existe para ser feita excepção? Onde a maioria dos magistrados estão conotados com organizações particulares, como sejam os partidos políticos, para dar um exemplo mais visível?

É realmente um mundo faz de conta, ou de como diz o vulgo, ‘para inglês ver’ e é isto um reflexo da já citada cultura da esperteza.

Devemos pois considerar esta geração perdida, e ter esperança num desenlace revolucionário diferente do de Abril de 1974, que mais não foi que um movimento apropriado, manipulado e atraiçoado, e que devemos tomar como exemplo e aviso.

Isto porque dificilmente se mudam as mentalidades de um momento para o outro.

Podemos sim criar as condições para que a geração que se segue construa uma sociedade melhor que a nossa. Ou então que se extinga o que tanto custou a conseguir, Portugal.

Quando um país mais não consegue produzir que heróis de circunstância no futebol, ou convictos cobardes e traidores, ou quando um país obriga a maior parte da sua juventude ciclicamente a emigrar, é altura para que se pense se esse país não é um país falhado.

Quando um país produz mais oportunistas e divisionistas, que bem estar geral, é questão para se perguntar, se não devemos fechar a porta e sermos outra coisa qualquer, desprezando a lei das aparências, que é a única coisa hoje em dia que faz com que ainda gostemos de dizer que temos um país.

VI

 

Por onde podemos começar?

A criação de algo de novo que melhore o que já se conseguiu anteriormente é um processo dialéctico comunitário.

Urgem várias medidas, nomeadamente

a)de carácter económico com proteccionismo doloroso à economia baseada na produção nacional de qualidade e não na mão de obra barata como tem sido feita até aqui. Isto pode implicar a saída do Euro e a revitalização das fronteiras. Os mais importantes bens de consumo devem ser produzidos em Portugal, com respeito pelos interesses de outras nações investidos em Portugal, mas submetidos ao que o Novo Parlamento designar como interesse nacional.

Um caso exemplar é a negociação dos direitos petrolíferos na costa algarvia que deve ser tomado como exemplo de acção de alienação do património comum, para benefício de alguns.

Se há investimento estrangeiro em Portugal é porque de alguma forma é rentável, se é rentável para outros também deve ser rentável para ‘nós’. Este ‘nós’ implicará desmistificar a ideia de que no sector público é tudo corrupção, e má gestão, quando se evidencia que um punhado de trabalhadores maquinistas da CP ganham x ou y, mas pouco se ouve falar da fantástica gestão do hospital Amadora-Sintra.

A economia tem de ser nacionalizada.

A interdependência alegadamente associada à globalização é apenas uma cortina de fumo que ofusca a imagem de um mundo que se divide entre economias fortes e dominadoras em clima de guerra económica, e economias raquitícas condenadas a exportar matéria prima ou a facultar mão de obra barata.

b)implementação de uma sociedade igualitária do conhecimento, ou seja, aproveitar a geração de gente formada que emigrou ou não, dando-lhe as condições de exercer e desenvolver as suas àreas de formação.

Devemo-nos apoiar nesta mesma geração para implementar uma intervenção, se necessário violenta, de molde a reformular as estruturas vigentes, e a implementar uma economia baseada nos recursos e não na lei de mercado.

Só assim se cria o alívio existencial para os nossos técnicos se tornarem criativos nas àreas estratégicas que o Novo Parlamento decidir para o nosso país.

A desigualdade social tem de ser denunciada como estando na base de uma cultura da imagem e do privilégio, ao qual subjaz uma lei da propriedade que promove o calamitismo quer no planeamento quer na execução de projectos nacionais de interesse comum.

Ordenados iguais para todos, dignidade igual para todas as profissões, e erradicação da cultura da imagem, bem como limitação da propaganda consumista que conforma as mentalidades.

c)planeamento de uma estrutura punitiva para com os responsáveis por crimes de lesa pátria, com a criação de grupos de trabalho de aferição de enriquecimento ilícito e tráfico de influências com punição que implique nacionalização dos bens e implementação do ostracismo e perda da nacionalidade portuguesa para os criminosos, além de purgar todo o actual Velho Parlamento, acabar com as regalias dos políticos, desde logo obrigando a rotatividade obrigatória nas funções administrativas do Estado, bem como a criminalização da falta de comparência em actos de gestão comunitária, criando uma atmosfera de frugalidade na qual só se torna ‘político’ aquele que realmente tiver interesse em desempenhar esforço para bem de outros.

Tornar obrigatória a formação académica e profissional, a todos os cidadãos nacionais, de modo a que qualquer um no pleno usufruto das suas capacidades possa ser colocado ao serviço voluntário de todos. O ensino privado deve poder coexistir, mas sem qualquer ajuda do Estado.

Deve ser criado desde já um Conselho da Revolução que faça um plano da guerra civil a concretizar-se, e das novas formas de governo e de administração que fundamentarão uma nova sociedade, desde logo identificando os alvos, os meios e a estratégia de uma insurreição armada e da base legal estruturada em novos juízes, que oblitere por completo qualquer processo contrarevolucionário, como é habitual nestas condições.

Deve ser instaurada em cada cidade portuguesa uma guilhotina com motor trifásico, e utilizado o sangue decorrente das purgas para rega para produtos agrícolas para exportação, uma vez que se for criminalizado o crime de traição à Pátria, com a pena de morte, tememos que Portugal acelere o processo de auto destruição e fiquemos de um momento para o outro sem habitantes.

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