V
O Costa do castelo, ou seja o líder socialista António Costa, veio a terreiro defender que o drama dos refugiados é afinal uma oportunidade, desta feita não para os portugueses emigrarem, pois isso seria escandalosamente próximo do seu oponente no mesmo espectro político, mas para encetar a maior campanha de repovoamento a seguir à realizada logo a seguir à fundação da nacionalidade, na Alta Idade Média.
Com refugiados. Sírios. Islamitas.
Curioso como a História parece repetir-se, desta vez só alterando a confissão religiosa.
Uma espécie de Reconquista Cristã, ao contrário.
Nada temos contra a confissão religiosa em si, ou contra o acolhimento de pessoas que escapam a guerras que não provocaram e procuram abrigo noutras paragens.
Mas há que pensar na forma como os nossos políticos olham para o mundo.
É que para o líder socialista, os refugiados viriam para o nosso interior desertificado, sem escolas, esquadras de polícia, bombeiros ou hospitais, para trabalharem nas florestas e na agricultura.
Para o senhor Costa, retirar a possibilidade destes refugiados do Norte de África e do Médio Oriente de rumar ao El Dorado além Reno, parece um presente solidário.
Oportunista e bom leitor do espírito reinante, como qualquer político aspirante ao poder, o senhor Costa tenta surfar a onda de solidariedade moral, que está a varrer, lado a lado com a reacção à entrada de corpos estranhos, o continente europeu.
Já vimos isto com Maddie, ou com o 'Salvem Timor' e a palhaçada do Lusitânia Expresso, de vez em quando surgem assim umas campanhas de massas apelando a uma adesão moral a que é de bom tom mostrar que se partilha, transformando as causas verdadeiras em mais uma moda apalhaçada.
A fuga dos refugiados parece ter como alvo os arredores do Ruhr, para o centro da Europa ignorando por completo as periferias, o que não deixa de ser irónico.
A Alemanha vítima do seu próprio sucesso.
Estes refugiados sabem o que querem e o que não querem, são desesperados mas não a qualquer preço.
Esse foi o erro de Costa, motivado por anos de vida em redoma, ou por manifesta infelicidade nos pensamentos e nas palavras.
Deve ter pensado que os desesperados vindos do 'deserto' se contentariam em tornarem-se escravos em país alheio. Esta gente que vem da Síria, viveu num regime cruel, e cuja guerra civil foi despoletada por maus anos agrícolas e conflictos sociais que emergiram por causa da ocupação das terras.
Está-se mesmo a ver esta gente a querer ir fazer o que os portugueses não querem fazer, por causa da desconsideração que se considera ser um ordenado baixo, trabalho repetitivo e sem muita consideração social.
Esta espécie de cinismo, no qual os refugiados são metidos onde ninguém quer viver, e onde o Estado não investe um tostão para fixar populações envelhecidas, não é mera infelicidade de informação. Revela ao invés uma concepção social e antropológica que deveria colocar de sobreaviso os eleitores para o próximo acto eleitoral, se eles não votassem exclusivamente por caras e preconceitos.
A simpatia para estes potenciais refugiados é coerente pela demonstrada ao camarada de partido, Zé Seguro.
Para Costa como para Coelho, o 'C' não é de curto circuito mas de complementaridade.
Para Costa como para Coelho, qualquer emprego é melhor que nenhum emprego, e quase que é ofensa se um sírio recusar trabalhar de Sol a Sol, para os exemplos de gestão que encontra nos patrões portugueses, que pagam bem e que já têm as explorações agrícolas a abarrotar de emigrantes, os únicos afinal que conseguem fazer render os ordenados de miséria, requisitos para não perder competitividade.
Há contudo aqui uma diferença visível entre a direita e a suposta esquerda portuguesas.
Se o senhor Coelho se lembrasse primeiro (como o Futebol Clube do Porto se lembrou das doações de 1 milhão de euros para a causa como forma de passar um pano por cima dos inusitados investimentos no plantel de futebol) já o estado português teria firmado protocolos com empresas de serviços e telecomunicações recrutando em regime de trabalho temporário e a recibos verdes, o que faria esta gente toda revitalizar o mercado de trabalho, fazendo os portugueses nestas condições ter de trabalhar mais e deixarem de ser piegas, pois malta que vem do deserto e da guerra, trabalha por tuta e meia, ou melhor, ajuda a aumentar a competitividade.
Baixar os custos do trabalho?
Vinde irmãos, esta é a nossa prenda em nome dos antepassados fenícios em comum, somos solidários, vinde se trabalhardes para nós, a fazer o que não queremos, num país com desemprego alto apenas porque os autóctones não querem 'vergar a mola' como diria o camarada Jerónimo.
A dupla CC (Costa e Coelho) não antevê qualquer critica de conteúdo às palermices que vai dizendo e fazendo. Por um lado dizem claramente que Portugal é um país pequeno que não tem peso no mundo, e que só à conta de esforço e competição nivelada por baixo com colossos populacionais é que nos safamos. Mas cada um destes líderes sente-se mandatado como Duce de grande potência nos 'recados' que manda à 'Europa' via câmaras das estações televisivas, que abjectamente os procuram para todo o tipo de comentário relevante ou nem por isso.
Não consta até ao momento, que as estações passem o recado ao destinatário, ou que a 'Europa' acordada pelo ímpeto de tais mensagens e do peso de tais líderes reconsidere o natural atavismo do seu proceder. Os discursos são portanto semelhantes aos impropérios que condutor azelha diz a outro que o chama à atenção por uma infracção no trânsito, levando a mulher ao lado.
«-Só não lhe dou porque ele fugiu num carro mais rápido!» - isto é, são discursos para português ver.
Mas o tuga gosta.
Epá o Costa ontem mandou um recado para os gajos que os gajos até amouxaram. O Coelho ameaçou de porrada com um espanador de penas que eles até tremeram.
Este fingir que mandamos alguma coisa agrada ao português comum, que durante alguns instantes não se sente tão irrelevante e miserável.
Nada interessa perceber a ingerência europeia e americana nos conflictos no Sul do Mediterrâneo, desde os bombardeamentos na Líbia ao braço de ferro com a Rússia na Síria, ou o interesse americano, que por muito menos por duas vezes invadiu o Iraque, colocando o Médio Oriente a ferro e fogo.
Nada de criticar uma Europa que agora exige solidariedade quando antes exigiu austeridade, mas só agora que a crise chega ao centro da Europa, pois se ficasse nas orlas, o problema seria à mesma dos PIGS.
Enquanto o problema estava no Sul, o céu na Alemanha estava azul.
Este dito engraçado não é do camarada Jerónimo.
Costa e Coelho não podem criticar uma Europa que recebe refugiados em catadupa, especialmente para o emprego disponível. A federação alemã, vem buscar médicos à porta das universidades portuguesas, e isso ainda é como o outro. Juntar sírios não formados e misturá-los com milhões de turcos que há anos formam a maior comunidade de 'estrangeiros' aos quais não sabem o que fazer, tal como os franceses, como periodicamente podemos ver nas notícias.
É que se souberem jogar à bola, podem ser naturalizados, se não sabem, é difícil.
Mas a própria Europa tem sido solidária por interesse próprio, pois recebe imigrantes desde os anos 60, para baixar o custo do trabalho, para ter gente a fazer o que os autóctones não querem fazer.
Agora tem de lidar com comunidades que não se integram numa certa forma de estar mais ou menos comum de Lisboa aos Urais.
Não porque estas comunidades sejam más ou mal dispostas, pura e simplesmente porque não abandonam as suas tradições e culturas.
A questão dos valores culturais tem repercussão directa sobre o saldo demográfico destas comunidades.
Não se trata de uma questão de racismo ou de negar auxílio aos refugiados.
Trata-se de enunciar rapidamente, que é um assunto que tem de ser debatido.
No exemplo português, há muito que se abandonaram quaisquer tentativas em larga escala de manter uma cultura portuguesa e já nem falo da quantidade de músicas em português que passam na rádio. Portugal não está na moda, especialmente para os portugueses, nem quando o Mourinho ganha mais um título.
Resta erradicar o caldo genético de 8 séculos, matando os velhos nos lares e recebendo toda a emigração possível, desde que se impeça os jovens autóctones de procriar e enxotá-los daqui para fora o quanto antes.
Lembro até certa intervenção do senhor Marcelo Rebelo de Sousa que exortava à importação de malta para trabalhar, pois iriam ser esses a meter o dinheirinho para a nossa (dele) segurança social, ergo, reformazinha.
O senhor António Guterres, teve discurso semelhante aquando das obras de construção da Ponte Vasco da Gama.
Que mal fizeram os portugueses para serem tão mal tratados?
Eu não defendo a entrada de nenhum refugiado em Portugal, enquanto os portugueses forem o povo mais racista da Europa. São racistas, porque odeiam, não suportam, portugueses.
A dupla CC não tem interesse em colocar estas questões na mesa. Só interessa privatizações e contas furadas, sem qualquer plano de futuro que não passe por acenar com chupa-chupas aos emigrantes para voltarem para onde nem os refugiados querem ir.
Mesmo na 'Europa' se observa esse sentimento de estranheza.
Quem está a financiar esta vaga de refugiados?
Como é possível uma diáspora a partir de viagens dispendiosas, a partir de países em que para comprar um Iphone, um ano inteiro de trabalho não chega?
Portugal, palco de uma guerra civil de luva branca, país com 5 milhões de nacionais fora do seu território natural, tem legitimidade para pensar este assunto com a profundidade que merece?
Um em cada três portugueses não está em Portugal.
Não somos também um país de refugiados?
Podemos criticar o monstro burocrático europeu, que com suas conivências e ingerências ajudou a criar o caos à porta de casa, e fez emergir a abominação do Estado Islâmico?
Pelas redes sociais, é tudo uma questão entre a boa moral e aqueles que acham que têm de reeditar as cruzadas contra os mouros.
Ouvi dizer que Tânger é bestial nesta altura do ano.
Pouca gente se insurge contra o aborto europeu, ocupados que estamos a mandar vir smartphones da amazon.uk e a vender queijo dentro de azeite gourmet para a Alemanha.
Nem tudo está mal, o senhor Garcia Pereira, esse radical, já fala de saída do Euro, o que já mostra que a ideia se está a entranhar. Sempre teve faro para onde daria o vento, e com o descalabro grego, parecia que nunca mais iríamos sair desta nau dos loucos.
E não vamos porque a malta sente que esta nau Portugal, não tem futuro.
Primeiro porque estamos habituados aos gadgets e aos problemas da gula que afligem os países desenvolvidos como nós. Macacos nos mordam se daremos algum passo atrás.
Ninguém quer saber porque coincide esta vaga de miséria humana com os apelos à criação de um exército único europeu. Faz todo o sentido, somos todos europeus, apesar de uns serem de primeira e outros de segunda, pois uns são formigas e outros cigarras.
Os mercados exigem que a Europa se revele uma potência mundial, evitando o fim do seu processo centralista ao mesmo tempo que crianças mortas dão à costa e as classes médias se sentem horrorizadas e aliviadas com a sua sensibilidade. As mesmas classes médias que legitimam os cúmplices dos dramas que batem à porta e que daqui a nada desaparecem porque deixam de ser noticiados.
Pela primeira vez no século XXI todos os comboios vão dar à Alemanha, desta vez em sentido oposto ao que no século passado marcou o maior horror na história do velho continente.
Portugal perdeu mais uma vez o comboio da História.
Entretanto resta-nos ir delirando com os políticos que fornecem a ilusão da alternância democrática, e lavar as vistas em periódicos cor de rosa.
Bem isso é uma redundância.
A política é entretenimento.
Que me interessa onde o 33 vai votar.
Que interessa as coligações, que interessa toda a ficção jornalística que visa a mistificação do processo político?
Não vale a pena ter esperança no futuro.
Os profissionais da propaganda e os profissionais da política vão continuar a surfar as ondas da moda de pensamento.
Portugal é a zona de rebentação de uma praia, ora se estatelando na areia, ora ganhando força andando para trás para se voltar a estatelar no areal.
O que vale é que a malta gosta.
O Costa do castelo, ou seja o líder socialista António Costa, veio a terreiro defender que o drama dos refugiados é afinal uma oportunidade, desta feita não para os portugueses emigrarem, pois isso seria escandalosamente próximo do seu oponente no mesmo espectro político, mas para encetar a maior campanha de repovoamento a seguir à realizada logo a seguir à fundação da nacionalidade, na Alta Idade Média.
Com refugiados. Sírios. Islamitas.
Curioso como a História parece repetir-se, desta vez só alterando a confissão religiosa.
Uma espécie de Reconquista Cristã, ao contrário.
Nada temos contra a confissão religiosa em si, ou contra o acolhimento de pessoas que escapam a guerras que não provocaram e procuram abrigo noutras paragens.
Mas há que pensar na forma como os nossos políticos olham para o mundo.
É que para o líder socialista, os refugiados viriam para o nosso interior desertificado, sem escolas, esquadras de polícia, bombeiros ou hospitais, para trabalharem nas florestas e na agricultura.
Para o senhor Costa, retirar a possibilidade destes refugiados do Norte de África e do Médio Oriente de rumar ao El Dorado além Reno, parece um presente solidário.
Oportunista e bom leitor do espírito reinante, como qualquer político aspirante ao poder, o senhor Costa tenta surfar a onda de solidariedade moral, que está a varrer, lado a lado com a reacção à entrada de corpos estranhos, o continente europeu.
Já vimos isto com Maddie, ou com o 'Salvem Timor' e a palhaçada do Lusitânia Expresso, de vez em quando surgem assim umas campanhas de massas apelando a uma adesão moral a que é de bom tom mostrar que se partilha, transformando as causas verdadeiras em mais uma moda apalhaçada.
A fuga dos refugiados parece ter como alvo os arredores do Ruhr, para o centro da Europa ignorando por completo as periferias, o que não deixa de ser irónico.
A Alemanha vítima do seu próprio sucesso.
Estes refugiados sabem o que querem e o que não querem, são desesperados mas não a qualquer preço.
Esse foi o erro de Costa, motivado por anos de vida em redoma, ou por manifesta infelicidade nos pensamentos e nas palavras.
Deve ter pensado que os desesperados vindos do 'deserto' se contentariam em tornarem-se escravos em país alheio. Esta gente que vem da Síria, viveu num regime cruel, e cuja guerra civil foi despoletada por maus anos agrícolas e conflictos sociais que emergiram por causa da ocupação das terras.
Está-se mesmo a ver esta gente a querer ir fazer o que os portugueses não querem fazer, por causa da desconsideração que se considera ser um ordenado baixo, trabalho repetitivo e sem muita consideração social.
Esta espécie de cinismo, no qual os refugiados são metidos onde ninguém quer viver, e onde o Estado não investe um tostão para fixar populações envelhecidas, não é mera infelicidade de informação. Revela ao invés uma concepção social e antropológica que deveria colocar de sobreaviso os eleitores para o próximo acto eleitoral, se eles não votassem exclusivamente por caras e preconceitos.
A simpatia para estes potenciais refugiados é coerente pela demonstrada ao camarada de partido, Zé Seguro.
Para Costa como para Coelho, o 'C' não é de curto circuito mas de complementaridade.
Para Costa como para Coelho, qualquer emprego é melhor que nenhum emprego, e quase que é ofensa se um sírio recusar trabalhar de Sol a Sol, para os exemplos de gestão que encontra nos patrões portugueses, que pagam bem e que já têm as explorações agrícolas a abarrotar de emigrantes, os únicos afinal que conseguem fazer render os ordenados de miséria, requisitos para não perder competitividade.
Há contudo aqui uma diferença visível entre a direita e a suposta esquerda portuguesas.
Se o senhor Coelho se lembrasse primeiro (como o Futebol Clube do Porto se lembrou das doações de 1 milhão de euros para a causa como forma de passar um pano por cima dos inusitados investimentos no plantel de futebol) já o estado português teria firmado protocolos com empresas de serviços e telecomunicações recrutando em regime de trabalho temporário e a recibos verdes, o que faria esta gente toda revitalizar o mercado de trabalho, fazendo os portugueses nestas condições ter de trabalhar mais e deixarem de ser piegas, pois malta que vem do deserto e da guerra, trabalha por tuta e meia, ou melhor, ajuda a aumentar a competitividade.
Baixar os custos do trabalho?
Vinde irmãos, esta é a nossa prenda em nome dos antepassados fenícios em comum, somos solidários, vinde se trabalhardes para nós, a fazer o que não queremos, num país com desemprego alto apenas porque os autóctones não querem 'vergar a mola' como diria o camarada Jerónimo.
A dupla CC (Costa e Coelho) não antevê qualquer critica de conteúdo às palermices que vai dizendo e fazendo. Por um lado dizem claramente que Portugal é um país pequeno que não tem peso no mundo, e que só à conta de esforço e competição nivelada por baixo com colossos populacionais é que nos safamos. Mas cada um destes líderes sente-se mandatado como Duce de grande potência nos 'recados' que manda à 'Europa' via câmaras das estações televisivas, que abjectamente os procuram para todo o tipo de comentário relevante ou nem por isso.
Não consta até ao momento, que as estações passem o recado ao destinatário, ou que a 'Europa' acordada pelo ímpeto de tais mensagens e do peso de tais líderes reconsidere o natural atavismo do seu proceder. Os discursos são portanto semelhantes aos impropérios que condutor azelha diz a outro que o chama à atenção por uma infracção no trânsito, levando a mulher ao lado.
«-Só não lhe dou porque ele fugiu num carro mais rápido!» - isto é, são discursos para português ver.
Mas o tuga gosta.
Epá o Costa ontem mandou um recado para os gajos que os gajos até amouxaram. O Coelho ameaçou de porrada com um espanador de penas que eles até tremeram.
Este fingir que mandamos alguma coisa agrada ao português comum, que durante alguns instantes não se sente tão irrelevante e miserável.
Nada interessa perceber a ingerência europeia e americana nos conflictos no Sul do Mediterrâneo, desde os bombardeamentos na Líbia ao braço de ferro com a Rússia na Síria, ou o interesse americano, que por muito menos por duas vezes invadiu o Iraque, colocando o Médio Oriente a ferro e fogo.
Nada de criticar uma Europa que agora exige solidariedade quando antes exigiu austeridade, mas só agora que a crise chega ao centro da Europa, pois se ficasse nas orlas, o problema seria à mesma dos PIGS.
Enquanto o problema estava no Sul, o céu na Alemanha estava azul.
Este dito engraçado não é do camarada Jerónimo.
Costa e Coelho não podem criticar uma Europa que recebe refugiados em catadupa, especialmente para o emprego disponível. A federação alemã, vem buscar médicos à porta das universidades portuguesas, e isso ainda é como o outro. Juntar sírios não formados e misturá-los com milhões de turcos que há anos formam a maior comunidade de 'estrangeiros' aos quais não sabem o que fazer, tal como os franceses, como periodicamente podemos ver nas notícias.
É que se souberem jogar à bola, podem ser naturalizados, se não sabem, é difícil.
Mas a própria Europa tem sido solidária por interesse próprio, pois recebe imigrantes desde os anos 60, para baixar o custo do trabalho, para ter gente a fazer o que os autóctones não querem fazer.
Agora tem de lidar com comunidades que não se integram numa certa forma de estar mais ou menos comum de Lisboa aos Urais.
Não porque estas comunidades sejam más ou mal dispostas, pura e simplesmente porque não abandonam as suas tradições e culturas.
A questão dos valores culturais tem repercussão directa sobre o saldo demográfico destas comunidades.
Não se trata de uma questão de racismo ou de negar auxílio aos refugiados.
Trata-se de enunciar rapidamente, que é um assunto que tem de ser debatido.
No exemplo português, há muito que se abandonaram quaisquer tentativas em larga escala de manter uma cultura portuguesa e já nem falo da quantidade de músicas em português que passam na rádio. Portugal não está na moda, especialmente para os portugueses, nem quando o Mourinho ganha mais um título.
Resta erradicar o caldo genético de 8 séculos, matando os velhos nos lares e recebendo toda a emigração possível, desde que se impeça os jovens autóctones de procriar e enxotá-los daqui para fora o quanto antes.
Lembro até certa intervenção do senhor Marcelo Rebelo de Sousa que exortava à importação de malta para trabalhar, pois iriam ser esses a meter o dinheirinho para a nossa (dele) segurança social, ergo, reformazinha.
O senhor António Guterres, teve discurso semelhante aquando das obras de construção da Ponte Vasco da Gama.
Que mal fizeram os portugueses para serem tão mal tratados?
Eu não defendo a entrada de nenhum refugiado em Portugal, enquanto os portugueses forem o povo mais racista da Europa. São racistas, porque odeiam, não suportam, portugueses.
A dupla CC não tem interesse em colocar estas questões na mesa. Só interessa privatizações e contas furadas, sem qualquer plano de futuro que não passe por acenar com chupa-chupas aos emigrantes para voltarem para onde nem os refugiados querem ir.
Mesmo na 'Europa' se observa esse sentimento de estranheza.
Quem está a financiar esta vaga de refugiados?
Como é possível uma diáspora a partir de viagens dispendiosas, a partir de países em que para comprar um Iphone, um ano inteiro de trabalho não chega?
Portugal, palco de uma guerra civil de luva branca, país com 5 milhões de nacionais fora do seu território natural, tem legitimidade para pensar este assunto com a profundidade que merece?
Um em cada três portugueses não está em Portugal.
Não somos também um país de refugiados?
Podemos criticar o monstro burocrático europeu, que com suas conivências e ingerências ajudou a criar o caos à porta de casa, e fez emergir a abominação do Estado Islâmico?
Pelas redes sociais, é tudo uma questão entre a boa moral e aqueles que acham que têm de reeditar as cruzadas contra os mouros.
Ouvi dizer que Tânger é bestial nesta altura do ano.
Pouca gente se insurge contra o aborto europeu, ocupados que estamos a mandar vir smartphones da amazon.uk e a vender queijo dentro de azeite gourmet para a Alemanha.
Nem tudo está mal, o senhor Garcia Pereira, esse radical, já fala de saída do Euro, o que já mostra que a ideia se está a entranhar. Sempre teve faro para onde daria o vento, e com o descalabro grego, parecia que nunca mais iríamos sair desta nau dos loucos.
E não vamos porque a malta sente que esta nau Portugal, não tem futuro.
Primeiro porque estamos habituados aos gadgets e aos problemas da gula que afligem os países desenvolvidos como nós. Macacos nos mordam se daremos algum passo atrás.
Ninguém quer saber porque coincide esta vaga de miséria humana com os apelos à criação de um exército único europeu. Faz todo o sentido, somos todos europeus, apesar de uns serem de primeira e outros de segunda, pois uns são formigas e outros cigarras.
Os mercados exigem que a Europa se revele uma potência mundial, evitando o fim do seu processo centralista ao mesmo tempo que crianças mortas dão à costa e as classes médias se sentem horrorizadas e aliviadas com a sua sensibilidade. As mesmas classes médias que legitimam os cúmplices dos dramas que batem à porta e que daqui a nada desaparecem porque deixam de ser noticiados.
Pela primeira vez no século XXI todos os comboios vão dar à Alemanha, desta vez em sentido oposto ao que no século passado marcou o maior horror na história do velho continente.
Portugal perdeu mais uma vez o comboio da História.
Entretanto resta-nos ir delirando com os políticos que fornecem a ilusão da alternância democrática, e lavar as vistas em periódicos cor de rosa.
Bem isso é uma redundância.
A política é entretenimento.
Que me interessa onde o 33 vai votar.
Que interessa as coligações, que interessa toda a ficção jornalística que visa a mistificação do processo político?
Não vale a pena ter esperança no futuro.
Os profissionais da propaganda e os profissionais da política vão continuar a surfar as ondas da moda de pensamento.
Portugal é a zona de rebentação de uma praia, ora se estatelando na areia, ora ganhando força andando para trás para se voltar a estatelar no areal.
O que vale é que a malta gosta.