I
Lembro-me dele quando a licenciatura que tirava lhe projectava uma aura de abertura de espírito e espanto pelas coisas que vejo agora que não era mais que aura.
Aos temas falados, os olhos brilhavam num aparente fascínio pela complexidade do mundo e de uma sofreguidão por saber mais.
Servia a licenciatura não só para aprender, como para mostrar a si mesmo a sua dignidade, o seu valor próprio, em situação análoga à de Lúcia que havia tirado uma licenciatura só porque havia em horário nocturno. A licenciatura e o caminho académico começa para muitos a ser uma forma de valorização própria, não do saber pelo saber, mas essencialmente por se partilhar ainda a ideia comum de que uma pessoa com estudos ‘vale’ mais que uma sem estudos. Ser ninguém na vida é um medo equivalente ao sentimento de não se ser digno ou de se ser inferior a outros, o grau académico é para grandes franjas da populção, madeira para a fogueira da vaidade ou a única forma de fugir a humildes origens.
O licenciado findo esse trajecto, acha que conseguiu algo, e olha já para si como fazendo parte de uma pequena elite, em que as diferenças intrínsecas se devem mais a capacidade de trabalho que a diferenças genéticas, reservadas a restante percentagem populacional que não tem interesse ou cabeça para os estudos.
Pode o jovem estudante de licenciatura, mastigar-se em lamentos perante os pais, por estar no desemprego, a culpa é do mercado, tempo perdido, emigrar, coitado do meu filho, especialmente quando qualquer curso serve para fazer a vontade aos pais que geralmente nunca puderam estudar e querem dar esse privilégio aos filhos, uma vida melhor com ideias dos tempos em que ter um canudo era sinónimo de desafogo financeiro. Esta geração de nossos pais, compensa com egoísmo perante todos o altruísmo a favor dos filhos. Que se lixem os filhos dos outros, o que interessa é que o nosso se safe. Não sejas parvo, esforça-te e acaba isso para poderes ser alguém. Com a 4ª classe ou nem isso, estes milhares de migrantes nas grandes urbes do país, inculcam nos filhos o atavismo de alfaia que trouxeram da aldeia. Por amor, por profundo amor reclamam da injustiça do mundo perante os seus filhos desempregados, na exacta medida em que desprezam ou defendem a condição dos filhos dos outros que nãos lhes interessa senão por analogia para com a situação da sua prole.
Esta geração de pais cinquentões, que viveu o 25 de Abril com sangue pueril na veia, é a geração que paga as contas deste país ao mesmo tempo que o mergulha no atavismo de sempre e na pasmaceira que é criticada pelos filhos emigrantes no estranjeiro. Culpam estes erradamente as mentalidades, os políticos, sem se perceber que o dano está naqueles que se sacrificaram por eles, e que eles mesmos fazem parte de uma longa lista pelos séculos de expatriados que cospe fel e sonha mel sobre Portugal quando fora dele.
Só assim se percebe a facilidade com que se desmantelou o ensino superior público e gratuito, como se sustentam salários de miséria e a ideia de que há mais dignidade numa licenciatura que nas virtudes públicas de defesa do interesse comum.
II
Após a licenciatura veio o mestrado e o sentimento de ter tido aproveitamento em 180 créditos bolonheses dá a convicção de que se pode falar com conhecimento de causa sobre qualquer assunto, como se obter aprovação num programa básico de universidade legitime o detentor numa aprovação universal, e dele faça um apto a debater o quer que seja.
Não é a mesma postura, já não é um fascínio por aprender ou pelo novo, é já projectar uma certeza íntima assente num esforço de estudo de determinados assuntos, de superação de avaliações e trabalho árduo, que dá ao detentor de grau de ensino uma projecção de competência para todo o campo do saber humano, excepto aqueles que de tão diametralmente opostos, forçam o estudante a rejeitar implicitamente qualquer discurso em tudo aquilo que mostre que continua a ser ignorante na maior parte dos assuntos. Posição ganha é para ser mantida.
No mestrado, a basófia, ou seja, a convicção interior que se projecta para fora, é um apêndice do projecto de especialização em que i indivíduo se lança, não apenas porque o assunto lhe interessa, mas porque também há algo que se ganha na especialização. Pontos no micro cosmos académico, auto imagem, imagem que se projecta para os outros, uma espécie de identificação temática análoga à de adoslecente por banda de heavy metal ou boys band.
Sentimento de pertença, sentimento de progressão. O mestre ou mestrando já não é um estudante de licenciatura, progrediu, não meramente nos estudos mas no status, na crença interior de ir à frente.
Acha que já trata a academia por tu, conhece-lhe as regras e defende-as, defende tudo o que lhe conforma a ilusão de onde tira o seu auto valor.
Dizem ao mestrando que o grau onde está inscrito aprofunda o seu conhecimento, acima dos outros licenciados, e mais do que o fascínio por outra jornada assiste-se geralmente a uma consolidação da solenidade pomposa com que a academia é formada, como dizia Orlando Vitorino, as universidades estão vazias.
III
O universo castrense da universidade é um terreiro de progressão social fictícia. Com a imobilidade social endémica que caracteriza Portugal, a Universidade assume-se como placebo, como terreiro virtual onde a progressão nos estudos dignifica e glorifica o sujeito anónimo, mesmo que virtualmente e apenas na sua cabeça. Quando confrontado com outros que numa suposta meritocracia lhe estão abaixo apenas nos estudos e não nos salários, lhe acorre o ressentimento de se sentir superior e especial por não ser reconhecido. Lamenta o mundo que não o reconhece como ser supremo, e igualmente capaz como todos os outros de ser um ‘grande’.
Todos sabemos que é a cunha a lei, mas a indignação fácil é mais saborosa quando nos ofendemos com a discrepância entre os eleitos e a nossa dignidade académica, onde os títulos e realizações são medalhas das batalhas travadas, não para a vitória mas para se poder dizer que se lutou.
Urramos quando saem noticias sobra falsos graus académicos ou nomeações não baseadas em habilitações.
O estudante da mais obscura universidade privada, por exemplo de Relações Internacionais, acha-se em igualdade de circunstância para com o aluno de Medicina que logo desde o 1º ano recebe blocos de papel e canetas com as marcas de medicamentos que receitará no futuro.
O aluno de Letras que fugiu à Matemática acha-se injustiçado por pagar a mesma propina para o desemprego quando apenas ele custeia as fotocópias de livros demasiado caros, o aluno de Medicina é mais considerado por ser mais útil e glamouroso além de acarretar mais custos em laboratórios e afins, apesar de pagar a mesma propina.
Não há igualdade entre os cursos e há crenças ocultas como a de que Letras são tretas e que só os cursos com empregabilidade são dificeis e dignos. O resto são artefícios que as pessoas usam para dizerem que se ‘formaram’.
O engenheiro do Técnico acha que todos os outros cursos que não os de engenharia são óptimos para encontrar namoradas e que os rapazes que lá andam ou são maricas ou inaptos para a complexidade da exactidão...e nada percebem de um mundo leibniziano.
Transversal, portanto a todo o mundo da academia, está a posição social.
Qualquer diferenciação social acarreta conservadorismo, pois quem tem a melhor mão, não a quer abrir. Humano é.
IV
O meu amigo mal começou o doutoramento. Mas já, por amizade, me dá lições sobre a vida académica, sobre o afã de publicar, e ser alguém na academia. Todo o académico acalenta o sonho de dar aulas, de pertencer a uma profissão considerada e estável. Ser alguém.
Ser convidado para palestras e conferências, ver pessoas a tirar notas ao que dizemos ter público e honrarias.
Sermos citados intra e extra muros, sermos alguém. Pelo caminho deixamos as peles andrajosas de cobra que testemunham a metamorfose de um ser iludido em aprender, que apenas pretendia ser considerado. Pergunta-se à boca cheia nas cantinas destas universidades que fazer dos nossos cursos, que empregos vamos ter...e eu sempre pergunto se um curso só vale pelo valor empregável que tem para ti...mas temos de viver, pois eu sei mas não devias deixar que tanta practicidade te condicionasse a forma de ver a assimilação de saber. Pelo menos é o que eu penso.
Aprender é algo que estimo acima de tudo, por me fazer crescer como pessoa e de poder colocar o meu esforço ao serviço da comunidade.
Era bom viver do meu trabalho na minha área de estudo, mas não é isso que me vai condicionar a progressão.
Entretanto os nossos amigos doutorados, homenageiam-se a si mesmos, glorificam-se e reproduzem-se entre si.
Falam já com certezas desarmantes sobre qualquer assunto que a sua especialização aguda legitima.
Vêm-nos a certeza não de uma adesão interior, mas de uma longa carreira de revisão de pares.
O ‘Dr.’ o ‘Professor’ antecede qualquer nome com entoação pomposa, que à primeira vocalização parece uma celebração académica do outro mas é sob mais fria análise, uma glorificação própria de si mesmo através do corpo académico. Não raras vezes os nossos professores falam do seu ponto de chegada como o culminar de uma difícil etapa, só acessível a eleitos, raramente se encontra um honesto o suficiente para dizer que ignora determinados assuntos.
Este assunto é por deveras triste, não porque se deva censurar a academia mas porque penso que a academia era a nossa única esperança, de construir uma sociedade técnica e equilibrada baseada no saber para mitigar as maleitas ‘humanas’, mas não se pode pedir ao tigre para orientar os cordeiros.
É a universidade portanto um factor de conservadorismo social e político.
V
Em 3 ou 4 anos as pessoas mudam imenso de acordo com as suas posturas e posicionamentos na via sacra das habilitações.
O saber é meio e não fim, e o meio não é altruísta.
Leite Vasconcelos era académico conhecido por sua aversão aos académicos. Como é compreensível nos dias de hoje, perante o atavismo também presente na academia nacional.
Lembro-me dele quando a licenciatura que tirava lhe projectava uma aura de abertura de espírito e espanto pelas coisas que vejo agora que não era mais que aura.
Aos temas falados, os olhos brilhavam num aparente fascínio pela complexidade do mundo e de uma sofreguidão por saber mais.
Servia a licenciatura não só para aprender, como para mostrar a si mesmo a sua dignidade, o seu valor próprio, em situação análoga à de Lúcia que havia tirado uma licenciatura só porque havia em horário nocturno. A licenciatura e o caminho académico começa para muitos a ser uma forma de valorização própria, não do saber pelo saber, mas essencialmente por se partilhar ainda a ideia comum de que uma pessoa com estudos ‘vale’ mais que uma sem estudos. Ser ninguém na vida é um medo equivalente ao sentimento de não se ser digno ou de se ser inferior a outros, o grau académico é para grandes franjas da populção, madeira para a fogueira da vaidade ou a única forma de fugir a humildes origens.
O licenciado findo esse trajecto, acha que conseguiu algo, e olha já para si como fazendo parte de uma pequena elite, em que as diferenças intrínsecas se devem mais a capacidade de trabalho que a diferenças genéticas, reservadas a restante percentagem populacional que não tem interesse ou cabeça para os estudos.
Pode o jovem estudante de licenciatura, mastigar-se em lamentos perante os pais, por estar no desemprego, a culpa é do mercado, tempo perdido, emigrar, coitado do meu filho, especialmente quando qualquer curso serve para fazer a vontade aos pais que geralmente nunca puderam estudar e querem dar esse privilégio aos filhos, uma vida melhor com ideias dos tempos em que ter um canudo era sinónimo de desafogo financeiro. Esta geração de nossos pais, compensa com egoísmo perante todos o altruísmo a favor dos filhos. Que se lixem os filhos dos outros, o que interessa é que o nosso se safe. Não sejas parvo, esforça-te e acaba isso para poderes ser alguém. Com a 4ª classe ou nem isso, estes milhares de migrantes nas grandes urbes do país, inculcam nos filhos o atavismo de alfaia que trouxeram da aldeia. Por amor, por profundo amor reclamam da injustiça do mundo perante os seus filhos desempregados, na exacta medida em que desprezam ou defendem a condição dos filhos dos outros que nãos lhes interessa senão por analogia para com a situação da sua prole.
Esta geração de pais cinquentões, que viveu o 25 de Abril com sangue pueril na veia, é a geração que paga as contas deste país ao mesmo tempo que o mergulha no atavismo de sempre e na pasmaceira que é criticada pelos filhos emigrantes no estranjeiro. Culpam estes erradamente as mentalidades, os políticos, sem se perceber que o dano está naqueles que se sacrificaram por eles, e que eles mesmos fazem parte de uma longa lista pelos séculos de expatriados que cospe fel e sonha mel sobre Portugal quando fora dele.
Só assim se percebe a facilidade com que se desmantelou o ensino superior público e gratuito, como se sustentam salários de miséria e a ideia de que há mais dignidade numa licenciatura que nas virtudes públicas de defesa do interesse comum.
II
Após a licenciatura veio o mestrado e o sentimento de ter tido aproveitamento em 180 créditos bolonheses dá a convicção de que se pode falar com conhecimento de causa sobre qualquer assunto, como se obter aprovação num programa básico de universidade legitime o detentor numa aprovação universal, e dele faça um apto a debater o quer que seja.
Não é a mesma postura, já não é um fascínio por aprender ou pelo novo, é já projectar uma certeza íntima assente num esforço de estudo de determinados assuntos, de superação de avaliações e trabalho árduo, que dá ao detentor de grau de ensino uma projecção de competência para todo o campo do saber humano, excepto aqueles que de tão diametralmente opostos, forçam o estudante a rejeitar implicitamente qualquer discurso em tudo aquilo que mostre que continua a ser ignorante na maior parte dos assuntos. Posição ganha é para ser mantida.
No mestrado, a basófia, ou seja, a convicção interior que se projecta para fora, é um apêndice do projecto de especialização em que i indivíduo se lança, não apenas porque o assunto lhe interessa, mas porque também há algo que se ganha na especialização. Pontos no micro cosmos académico, auto imagem, imagem que se projecta para os outros, uma espécie de identificação temática análoga à de adoslecente por banda de heavy metal ou boys band.
Sentimento de pertença, sentimento de progressão. O mestre ou mestrando já não é um estudante de licenciatura, progrediu, não meramente nos estudos mas no status, na crença interior de ir à frente.
Acha que já trata a academia por tu, conhece-lhe as regras e defende-as, defende tudo o que lhe conforma a ilusão de onde tira o seu auto valor.
Dizem ao mestrando que o grau onde está inscrito aprofunda o seu conhecimento, acima dos outros licenciados, e mais do que o fascínio por outra jornada assiste-se geralmente a uma consolidação da solenidade pomposa com que a academia é formada, como dizia Orlando Vitorino, as universidades estão vazias.
III
O universo castrense da universidade é um terreiro de progressão social fictícia. Com a imobilidade social endémica que caracteriza Portugal, a Universidade assume-se como placebo, como terreiro virtual onde a progressão nos estudos dignifica e glorifica o sujeito anónimo, mesmo que virtualmente e apenas na sua cabeça. Quando confrontado com outros que numa suposta meritocracia lhe estão abaixo apenas nos estudos e não nos salários, lhe acorre o ressentimento de se sentir superior e especial por não ser reconhecido. Lamenta o mundo que não o reconhece como ser supremo, e igualmente capaz como todos os outros de ser um ‘grande’.
Todos sabemos que é a cunha a lei, mas a indignação fácil é mais saborosa quando nos ofendemos com a discrepância entre os eleitos e a nossa dignidade académica, onde os títulos e realizações são medalhas das batalhas travadas, não para a vitória mas para se poder dizer que se lutou.
Urramos quando saem noticias sobra falsos graus académicos ou nomeações não baseadas em habilitações.
O estudante da mais obscura universidade privada, por exemplo de Relações Internacionais, acha-se em igualdade de circunstância para com o aluno de Medicina que logo desde o 1º ano recebe blocos de papel e canetas com as marcas de medicamentos que receitará no futuro.
O aluno de Letras que fugiu à Matemática acha-se injustiçado por pagar a mesma propina para o desemprego quando apenas ele custeia as fotocópias de livros demasiado caros, o aluno de Medicina é mais considerado por ser mais útil e glamouroso além de acarretar mais custos em laboratórios e afins, apesar de pagar a mesma propina.
Não há igualdade entre os cursos e há crenças ocultas como a de que Letras são tretas e que só os cursos com empregabilidade são dificeis e dignos. O resto são artefícios que as pessoas usam para dizerem que se ‘formaram’.
O engenheiro do Técnico acha que todos os outros cursos que não os de engenharia são óptimos para encontrar namoradas e que os rapazes que lá andam ou são maricas ou inaptos para a complexidade da exactidão...e nada percebem de um mundo leibniziano.
Transversal, portanto a todo o mundo da academia, está a posição social.
Qualquer diferenciação social acarreta conservadorismo, pois quem tem a melhor mão, não a quer abrir. Humano é.
IV
O meu amigo mal começou o doutoramento. Mas já, por amizade, me dá lições sobre a vida académica, sobre o afã de publicar, e ser alguém na academia. Todo o académico acalenta o sonho de dar aulas, de pertencer a uma profissão considerada e estável. Ser alguém.
Ser convidado para palestras e conferências, ver pessoas a tirar notas ao que dizemos ter público e honrarias.
Sermos citados intra e extra muros, sermos alguém. Pelo caminho deixamos as peles andrajosas de cobra que testemunham a metamorfose de um ser iludido em aprender, que apenas pretendia ser considerado. Pergunta-se à boca cheia nas cantinas destas universidades que fazer dos nossos cursos, que empregos vamos ter...e eu sempre pergunto se um curso só vale pelo valor empregável que tem para ti...mas temos de viver, pois eu sei mas não devias deixar que tanta practicidade te condicionasse a forma de ver a assimilação de saber. Pelo menos é o que eu penso.
Aprender é algo que estimo acima de tudo, por me fazer crescer como pessoa e de poder colocar o meu esforço ao serviço da comunidade.
Era bom viver do meu trabalho na minha área de estudo, mas não é isso que me vai condicionar a progressão.
Entretanto os nossos amigos doutorados, homenageiam-se a si mesmos, glorificam-se e reproduzem-se entre si.
Falam já com certezas desarmantes sobre qualquer assunto que a sua especialização aguda legitima.
Vêm-nos a certeza não de uma adesão interior, mas de uma longa carreira de revisão de pares.
O ‘Dr.’ o ‘Professor’ antecede qualquer nome com entoação pomposa, que à primeira vocalização parece uma celebração académica do outro mas é sob mais fria análise, uma glorificação própria de si mesmo através do corpo académico. Não raras vezes os nossos professores falam do seu ponto de chegada como o culminar de uma difícil etapa, só acessível a eleitos, raramente se encontra um honesto o suficiente para dizer que ignora determinados assuntos.
Este assunto é por deveras triste, não porque se deva censurar a academia mas porque penso que a academia era a nossa única esperança, de construir uma sociedade técnica e equilibrada baseada no saber para mitigar as maleitas ‘humanas’, mas não se pode pedir ao tigre para orientar os cordeiros.
É a universidade portanto um factor de conservadorismo social e político.
V
Em 3 ou 4 anos as pessoas mudam imenso de acordo com as suas posturas e posicionamentos na via sacra das habilitações.
O saber é meio e não fim, e o meio não é altruísta.
Leite Vasconcelos era académico conhecido por sua aversão aos académicos. Como é compreensível nos dias de hoje, perante o atavismo também presente na academia nacional.